Uma página exemplar
O meu Amigo e Camarada Coronel David Martelo, Capitão de Abril desde a primeira hora, mantém, há vários anos, um sítio na Internet dedicado à História, onde publica regularmente partes do seu labor de pesquisa, porque é, também, um historiador isento e imparcial.
Em Março, deu à luz um excelente artigo sobre a "fúria" anticolonial que nos avassala.
Sobre os combatentes da guerra em África e as suas condecorações conquistadas em campanha, respiguei a parte que se segue e que é bem exemplificativa da "loucura" que anda por aí sobre o assunto e os nossos combatentes:
«[...] na formação da Bundeswehr, a partir de Novembro de 1955, foram reintegrados milhares de oficiais e sargentos da Wehrmacht do Reich, e não os proibiram de usar as condecorações ganhas durante a guerra.»
Isto passou-se na Alemanha saída do nazismo, dez anos após o fim da 2ª Guerra Mundial!
Será necessário continuar?
Vai mais longe David Martelo ao tecer considerações sobre o desaforo que campeia entre nós e deixa-nos este texto, que acho lapidar:
«[...] atrevo-me a sugerir que alguns intelectuais reconhecidamente ‘de esquerda’ venham a terreiro afirmar a sua fidelidade aos valores que caldearam a nação portuguesa, de modo a não deixar o monopólio dessa missão aos seus adversários políticos mais extremistas. Eduardo Lourenço bem nos avisou desse perigo, ao lançar sobre o progressismo do 25 de Abril este judicioso alerta:
"Hipnotizada pelo puro combate ideológico [...] a revolução [de Abril] descurou em excesso o sentimento nacional, deixando à futura direita, após a cómoda hibernação que lhe ofereceu, a sua exaltada e frenética exploração. É verdade que os valores de “pátria”, “patriotismo”, “sentimento nacional”, pelo seu teor afectivo, de cariz irracional, não costumam ser reivindicados pela esquerda. É um erro funesto. Nenhuma revolução triunfou com argumentos meramente ideológicos."
Nem nenhuma democracia sobreviverá, acrescento eu.»
Deixo-vos a ligação para chegarem ao texto completo de David Martelo: