Uma explicação necessária
Provavelmente, alguns dos meus leitores têm-se interrogado sobre o meu silêncio aqui neste canto com quase dezasseis anos de existência sem interrupções de grande monta. Podia não explicar nada e andar para a frente, mas essa forma de estar não faz parte do meu ser.
No final de Agosto, mesmo no começo de Setembro, estive inesperadamente enfermo com gravidade, sujeito a hospitalização e, garanto, durante dois dias, com toda a certeza, tive um pé no lado de lá da vida e o outro fortemente fincado neste de cá. Valeu-me a minha determinação e a competência dos clínicos militares, do corpo de enfermagem e o muito carinho dos auxiliares do Hospital das Forças Armadas (HFAR) para me agarrar com unhas e dentes (felizmente não me faltam assim tantos na boca!) para me aguentar. Ao cabo de vinte e dois dias de internamento, tive alta, mas muito fraco, muito debilitado e muito incapaz de escrever.
Oportunamente, falarei do meu padecimento nesta hospitalização.
Algumas semanas antes de ficar doente, criei um grupo restrito, no Facebook, dando-lhe o título (que, em rigor, nunca cumpri!) de 5 minutos de História… e outras histórias.
Preocupava-me estabelecer a relação entre as grandes linhas dos grandes factos políticos (que, na maioria das vezes, resultam de conflitos declarados e, noutras, de conflitos latentes) da vida nacional com aquilo que hoje se chama Estratégia Nacional ou Grande Estratégia e que sempre existiu (não se trata de um anacronismo) ainda que sem consciência da nomenclatura a adoptar.
Regressado do hospital, como tinha deixado alguns vídeos já gravados, ao cabo de meia dúzia de dias, já com algumas forças, mas ainda muito cansado, fui colocando a reserva na minha página e, depois, iniciei novo período de gravações.
O projecto está em marcha, todavia, tem um grave inconveniente: é somente visionável pelos elementos que convidei a fazerem parte do grupo.
Como achei que estava a ter algum mérito esta actividade, embora seja feita na base do mais total amadorismo cénico e gravado sem grande preparação, porque me baseio na memória, no improviso, dando somente importância à mensagem que pretendo fazer chegar aos que optam por ver os vídeos, meti ombros à empresa de criar um canal no YouTube, que reproduzisse as charlas, pondo-as, agora, à disposição de quem as quiser visionar, tal qual como faço aqui, no Fio de Prumo.
Não se trata de dar lições a ninguém, mas somente permitir arrancar para uma nova visão da nossa História e, em simultâneo, criar um espaço de reflexão sobre o nosso passado comum.
Não se esperem prelecções de nível universitário ‒ era até difícil condensar em alguns minutos tudo o que se podia dizer ‒ mas monólogos, charlas, que arriscariam ser motivo de conversa à volta de uma mesa de café, tal como se fazia nos meus anos mais jovens: um falava, os outros escutavam e, no fim, vinham as perguntas, possibilitando ampliar pormenores.
Assim, este blogue vai sofrer uma alteração redactorial: passará a ser uma pequena janela onde me limito a deixar alguns comentários de pequena dimensão sobre o que achar mais aliciante para os leitores; vou largar as longas dissertações sobre questões políticas, sociais e castrenses como fiz durante estes últimos anos.
Deixo aqui, para quem quiser dar-me o prazer de me ver e ouvir, a ligação para o canal do YouTube, que se chama Perspectivas Estratégicas da História de Portugal.
Pode ser encontrado através da busca pelo meu nome ou pelo nome que lhe dei.
Venham espreitar: