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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

22.05.23

Um computador, um doutoramento ou um segredo de Estado?


Luís Alves de Fraga

 

Bom, deixemo-nos de merdas e agarremos o boi pelos cornos: o que todos os partidos, com excepção do PCP, querem é que o Presidente da República dissolva o parlamento e acabe com o governo do Costa.

Mas, parece-me, nem o Costa quer deixar o governo nem Marcelo o quer mandar embora. Este, vingativamente, vai criticar com severidade as decisões do Executivo, mas vai aprová-las, nem que seja para chatear o seu antecessor, o ressabiado Cavaco Silva, que, contra a opinião circulante por causa da memória fraca, só fez trapalhadas e vigarices com o dinheiro da, então, CEE. Vamos recordar só o mais evidente? Entre uma boa rede ferroviária e autoestradas optou pelas segundas, porque ajudaram a encher os bolsos dos amigalhaços e não adiantaram nada para a economia; construiu a “mastaba” em Belém que não serve, em rigor, para nada; colocou corruptos à frente de ministérios e apoiou bancos trafulhas. Creio que chega!

 

Voltando ao assunto, tudo vai continuar até que se acalme a tempestade artificial que se gerou à volta de uma senhora que saiu do Governo por causa de uma indeminização principesca da TAP. E é aqui, ou seja, na TAP que bate a questão. Questão que já fez várias vítimas, sendo a mais mediática de momento um assessor do ministro das Infraestruturas, único homem que sabia dos negócios “TAPIANOS” dentro do Ministério.

Reparemos no ridículo da questão, pois parece que toda a gente neste país perdeu o tino ou o sentido do equilíbrio.

 

Na ânsia de encontrar caca para chafurdar e espalhá-la em frente da ventoinha, chega-se ao ponto de dar importância ao “despedimento” de um assessor do ministro, coisa que passaria despercebida se não andasse toda a gente desejosa de criar uma crise onde ela ainda não existe. Vejamos.

Sem saber o porquê de tudo isto, o ministro “desfaz-se” de um dos seus assessores (partidariamente independente) de um momento para o outro. E porquê? Simples: mais uma vez, o pessoal do Ministério, chamado a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito, ia mentir. MENTIR. Mentir, porquê? Porque não se queria assumir que tinha havido uma ou duas reuniões com a francesa (que só fala inglês… Gaita, neste país já ninguém é capaz de articular o verbo “avoir”?) que mandava na TAP. E porquê? Porquê o quê? Porque é que se não queria que se soubesse que tinha havido reuniões preparatórias? Simples, porque está em causa, novamente, a reprivatização da TAP. E o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Simples: é que desses negócios quem sabe tudo e tem tudo anotado no computador é o tal Frederico, assessor do ministro que não sabe nada, mas está disposto a fazer o negócio que alguém já imaginou e que vai render alguma coisa (pode ser dinheiro ou um belíssimo cargo internacional ou algo que alguém ou muitos alguéns quer receber no acto ou depois do negócio feito).

 

Será assim? Ou será que, afinal, é o tal Frederico que iria ganhar com o negócio por estar a dar informações a alguém a quem interessa muito ficar com toda a TAP ou com uma parte dela? O computador tinha respostas. Lá isso tinha. Tinha tantas que o Frederico até ia tirar fotocópias a altas horas da madrugada, no seu gabinete, no Ministério!

Mas nós somos parvos ou somos o quê? Então o “inteligente” assessor tirava fotocópias no Ministério! Não tinha uma porra de uns euros para comprar uma “pen” e copiar aquilo com que queria fazer negócio? Será que, antes de ser demitido ele não poderia sair livremente com o seu computador de serviço, trazê-lo para casa e “fazer a espionagem” no recato do seu escritório?

 

Volto ao início, deixemo-nos de merdas!

O assessor está a fazer o doutoramento e tem no computador de serviço toda ou uma grande parte da sua tese e do material de pesquisa para a mesma e quis, tão-somente, face ao inesperado despedimento, tirar do computador o seu riquinho trabalho académico. Por isso, ia fazer fotocópias, à noite, para o gabinete… Escusava de gastar dinheiro do seu bolso!

Claro que, face ao despedimento inesperado (podia lá ele imaginar que o ministro queria que se mentisse à Comissão Parlamentar e que, face à discordância de tal atitude, a chefe de gabinete fosse emprenhar o Galamba contra ele, que é quem mais sabe do assunto no Ministério?) havia que salvar também, para além da tese, alguns elementos que lhe pudessem servir de segurança futura, porque com Ali Babás destes nunca se sabe o que pode acontecer!

 

E a oposição, carregada de outros Ali Babás, toca de aproveitar e fazer de toda esta trampa, uma trampa muito maior que justifique perante o Zé Pagode a dissolução da presente Câmara Parlamentar, ajudando o senhor Presidente da República a afundar mais este pobre país!

 

Eu sou do tempo da ditadura, mas, também, das brigas das peixeiras nos mercados… Aquilo é que era um fartote de palavrões, de má-língua e de lavar de roupa suja! A velha Praça da Figueira transferiu-se para o vetusto palácio de S. Bento onde funcionam os deputados…

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