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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

22.02.22

Ucrânia, qual a verdade?


Luís Alves de Fraga

 

A condenação é total. Todos os Estados do Ocidente condenam a Rússia por terem sido reconhecidas por Moscovo as independências das regiões separatistas da Ucrânia. O acto é de uma agressividade extrema, mas, exactamente por esse facto deve ser altamente ponderado.

 

Alinhar na condenação é a atitude mais fácil, e, por isso mesmo, é aquela que não tomo. Tenho de me interrogar sobre quais foram as determinantes que levaram Putin a adoptá-la.

O homem de Moscovo é um louco varrido? Estaremos, de novo, perante um Hitler louro e sem bigode? Se as respostas forem afirmativas, então, eu curvo-me diante desta realidade sem a contestar, mas, se se der o caso de o Presidente russo ser simplesmente um estratega que, à semelhança de tantos outros, está à procura de defender, de modo conveniente, as fronteiras do seu país, como o classificar ou descobrir as suas verdadeiras intenções? Nesse caso, por uma questão de honestidade intelectual, teremos de equacionar a ameaça que ele vê e não nos é mostrada.

 

A Ucrânia é uma região rica em cereais e não só. Como é que está neste momento a economia russa? Precisará da Ucrânia para se salvar de um maior descalabro? Com quem quer a Ucrânia comerciar? Quem dá mais pelo que a Ucrânia tem a oferecer? É que as respostas a estas perguntas ou a outras que vão no mesmo sentido podem mostrar uma parte da ameaça que está a cair sobre a Rússia! E se a ameaça não é económica mas militar? Quem oferece o quê à Ucrânia para não se entender com a Rússia? Quem quer tirar o quê à Rússia?

 

Sempre tive para mim que não há nada pior para sermos enganados do que aceitar sem reticências a “verdade” que nos querem “vender”.

Sou assim, porque nasci e fui educado num país onde a “verdade” era aquela que nos impunham. Por isso, fui muitas vezes, enganado. Acreditar no que nos dizem sem estabelecer reticências é perigoso, porque nos esvazia o sentido crítico e nos torna em marionetas nas mãos de quem comanda a informação.

A democracia é o oposto da ditadura mas, porque vive da informação e opinião dos cidadãos, cabe a cada um de nós descobrir até onde vão os mecanismos manipuladores da política feita pelos que se dizem democratas, pois, em geral, são muito mais sofisticados do que os das ditaduras.

A ditadura é cómoda para quem não se quer incomodar, porque deixa “limpas” as consciências de todos aqueles que a aceitam; pelo contrário, a democracia é incómoda, trabalhosa e exigente para os cidadãos que o querem ser com plena consciência das escolhas que fazem.

Dá mais trabalho, mas vale mais a pena não alinhar de imediato naquilo que pode parecer óbvio. Se escolhermos o caminho do não óbvio, quase pela certa, seremos cidadãos livres e excelentes democratas.

Cuidado com os “pastores de rebanhos”.

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