Trump, mais uma vez!
Ontem estive atento ao "Expresso da Meia-noite" (creio que é assim que se chama o programa) e ao que disse Luís Todo Bom, o único dos intervenientes absolutamente sério de entre os restantes presentes, para além dos entrevistadores.
Enquanto um dos participantes convidados exibia a sua pseudo descontracção de ultra direita - o Jaime Nogueira Pinto - e tudo reduzia a simples gargalhadas de muito mau gosto, os outros mostravam alguma cautela, mas pouco tinham para efectivamente dizer. Luís Todo Bom estava, realmente, preparado e reflectiu sobre os EUA e a mudança que se avizinha. Os entrevistadores não exploraram, quanto a mim, como deviam, o seu saber e a sua boa informação. Ficaram-se pelas banalidades, mais ou menos pseudo eruditas dos restantes.
O que disse Luís Todo Bom, em síntese?
Pois bem, Donald Trump não actua isolado; tem uma equipa. E essa equipa sabe o que quer. E o que deseja é simplesmente anular o buraco tecnológico que separa hoje os EUA da China e da Índia, tentando reproduzir o modelo alemão, ou seja, conseguir salários altos a par de uma produção industrial de grande categoria. Isto só se faz protegendo-se da "ofensiva" chinesa e mexicana.
Luís Todo Bom tocou o essencial do que até agora eu não tinha visto tocar. Trump é uma marioneta, que se aceita como tal, nas mãos de uma certa fatia do capital americano que o usa a troco de o deixar dizer e fazer coisas que não são importantes, mas constituem uma excelente cortina de fumo para tapar os seus verdadeiros objectivos.
Isto vai corresponder a uma mudança de paradigma global?
Claro que vai. Não podemos, na minha opinião, é descortinar ainda as consequências, pois a China não se encolhe na dimensão que já atingiu. O resto, vamos a ver.