Tradições
Há boas e más tradições.
Más serão as que ofendem as pessoas, os costumes, a moral pública aceite, a integridade física de seres humanos ou, até, de animais. Boas são todas as outras.
A forma típica de marchar das tropas pára-quedistas vem desde a sua criação, tal como a mística da boina verde e a do seu cântico "Pátria-Mãe". Nada disto faz mal a ninguém, pelo contrário, estimula o espírito de corpo numa tropa especial com quem convivi, em Moçambique, diariamente, vinte e cinco meses seguidos. É gente de uma abnegação acima do normal das tropas comuns.
Não compreendo a razão de lhes ser vedado, no desfile de hoje, em Aveiro, dia do Exército, o uso da marcha típica e de entoarem o seu cântico de guerra e de honra.
Talvez, rebuscando na parte mais recôndita da minha mente, eu saiba a razão sobre a qual aqui já deixei alguma coisa escrita. Aí vai, como mera hipótese, que se enquadra naquilo que já tenho dito.
O cântico "Pátria-Mãe" evoca o quê, afinal?
Como se percebe, a Pátria. É um cântico que vem de antes da CEE e da UE. É um cântico que exalta Portugal e os seus valores históricos.
Ora, se admitirmos que as recentes reformas feitas na estrutura orgânica das Forças Armadas se enquadra numa futura criação de umas Forças Armadas da União Europeia (em que os Chefes dos Estados-Maiores dos ramos passam a ser meros executantes de um Estado-Maior muito superior ao das unidades políticas que formam a UE) então, menor sentido fará invocar uma Pátria que está a transformar-se numa unidade estatal menor dentro da unidade federal maior.
Fiz-me entender?
Tem lógica ou não tem?