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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

15.11.21

Tão fácil aceitar hoje e tão difícil ontem


Luís Alves de Fraga

 

Há trinta anos estudei a fundo a razão de Portugal ter entrado na Grande Guerra e encontrei uma explicação que tem sido rebatida, especialmente, por um historiador com alguns créditos na nossa academia e por outros que, por ignorância ou simples comodismo, não se dão ao trabalho de estabelecer paralelismos entre a minha tese e a desse historiador - o António José Telo.

 

Hoje recebi da Direcção da A25A uma mensagem a transcrever a entrevista dada pelo major-general Carlos Branco ao "Diário de Notícias" e, logo na primeira pergunta, ele assenta a sua resposta no argumento por mim utilizado para justificar a nossa beligerância em 1916.

Não resisto a transcrever pergunta e resposta:

 

«Morreram dois soldados portugueses ao serviço da ISAF nestes 20 anos. Depois desta retirada súbita, no verão passado, das tropas internacionais do Afeganistão, é de concluir que o comando João Roma Pereira e o paraquedista Sérgio Pedrosa deram a vida por nada?

Tenho dificuldade em afirmar que tenham morrido em vão. Antes de estarem ao serviço da ISAF, encontravam-se ao serviço da política externa portuguesa. Eram instrumentos dessa política. Como membros das Forças Armadas nacionais naquele conflito, faziam parte do esforço de afirmação de Portugal no seio da Aliança Atlântica, resultante do dever de solidariedade a que Portugal se encontra obrigado como membro da NATO. A morte de soldados portugueses em operações internacionais no Afeganistão e noutros teatros de operações é o preço indesejado que por vezes se tem de pagar para que o país seja considerado e respeitado pelos seus pares.»

 

Ressalto a afirmação ENCONTRAVAM-SE AO SERVIÇO DA POLÍTICA EXTERNA PORTUGUESA. ERAM INSTRUMENTOS DESSA POLÍTICA (...) FAZIAM PARTE DO ESFORÇO DE AFIRMAÇÃO DE PORTUGAL NO SEIO (...) e digo eu, a propósito dos nossos soldados em França, DA ALIANÇA LUSO-BRITÂNICA.

 

Porque será que hoje não se regateia esta política intervencionista de Portugal numa série de conflitos bélicos e se contesta ainda agora a de há cem anos na Grande Guerra?