Presidenciais - Reflexão I
Sabiam que a Constituição Política Portuguesa (CPP) de 1933, fascista, feita sob a batuta de António Salazar, foi plebiscitada no dia 19 de Março daquele ano segundo a seguinte regra: o voto de quem se abstivesse contava como um sim?
Estavam inscritos nos cadernos eleitorais 1.212.723 cidadãos; votaram EFECTIVAMENTE sim 719.364 eleitores; votaram NÃO 5.995 cidadãos; e ABSTIVERAM-SE 487.364.
Feitas as contas, só aos votantes no SIM, a CPP foi aprovada por 59% do eleitorado (é preciso saber quem podia ser eleitor nessa época, eu sei).
Naquela farsa de democracia houve a preocupação de fazer aparecer a CPP como legitimada pelo voto de uma efectiva maioria, mas o receio era tanto que até se reforçou a "legitimidade" com o voto favorável dos ABSTENCIONISTAS!
Deixo, para vos entreter, este apontamento e fazerem comparações com a nossa “democracia” presente em que o direito de voto está consagrado para todo o cidadão maior de 18 anos! Pensem no valor da ABSTENÇÃO actual e, a partir daí, na legitimidade de DEMOCRÁTICA de TODOS os órgãos resultantes de eleições e das decisões dos plebiscitos já efectuados nos últimos 41 anos!