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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

11.10.15

O Problema de António Costa e do PS


Luís Alves de Fraga

 

Os grandes momentos políticos da vida de Portugal assentam, essencialmente, em três ou quatro generalidades que se repetem ao longo das legislaturas: aprovação do programa de Governo; aprovação do orçamento do Estado; aprovação dos orçamentos rectificativos; aumentos de impostos; eventual alteração da Constituição; venda de património nacional.

 

Ora, se a coligação formar Governo, como tudo indica que acontecerá, porque está em minoria parlamentar, tem de conseguir fazer aprovar, na Assembleia da República, as propostas que consubstanciam os "momentos" antes por mim designados "generalidades".

 

Como O Bloco de Esquerda com o PCP não têm juntos um número de deputados que represente uma força de bloqueio à vontade do Governo, terá de ser sempre o PS e António Costa a tomar a posição capaz de viabilizar as propostas governamentais! Essa viabilização pode fazer-se de duas maneiras: ou votando favoravelmente ou abstendo-se. Qualquer das duas transforma a maioria relativa da coligação em maioria absoluta. Ou seja, dá-lhe o poder que o eleitorado não lhe quis dar! Repito, dá-lhe o poder que o eleitorado não lhe quis dar!

 

O PS e António Costa estão entalados perante esta realidade e ela vai ser evidente logo que formado Governo e este apresente o programa no parlamento.

Vamos lá entender-nos! O PS vai atraiçoar a maioria da vontade dos eleitores nacionais? Ou vai, usando da sua capacidade decisória, fazer valer no parlamento a vontade política da maioria dos eleitores portugueses?

 

Se o programa não passar, o Presidente da República terá de chamar, para formar Governo, o PS e António Costa e, nesse caso, a viabilização do programa de Governo passa pelo PS ser apoiado, no parlamento, por um dos partidos à sua esquerda ou pela coligação!

 

Acham que a coligação irá viabilizar um Governo de António Costa? Eu julgo que não! Então, os partidos à esquerda do PS terão de lhe dar o seu apoio, mas para que tal aconteça com coerência - também eles não podem e não devem atraiçoar o seu eleitorado - tudo tem de estar concertado com António Costa!

 

E quem votou no PS e agora não concorda com as negociações à esquerda teria feito muito melhor se tivesse votado, logo directamente, na coligação!

Isto será difícil de perceber? Será difícil de perceber que a alteração da política de Passos Coelho passa sempre pelo entendimento do PS com toda a sua esquerda ou com parte dela?

 

Então, quem anula a possibilidade de haver um entendimento de António Costa com os partidos à sua esquerda, ou tem da política uma visão clubística, ou está-se nas tintas para o futuro dos portugueses que irão continuar a sofrer as políticas "austeritárias" da coligação! Vamos lá ver o que é que querem e o que é que são!

 

Vamos negar a democraticidade do PCP e do Bloco de Esquerda? Queremos um sistema político do tipo "jardinista" semelhante ao que a Região Autónoma da Madeira teve com o líder aldrabão? Mas esse fartou-se de gastar dinheiro para ganhar eleições e aceitou toda a corrupção! É isso que querem?

 

Não é necessário que do Governo de António Costa façam parte elementos dos partidos à esquerda do PS; basta que lhe garantam o apoio parlamentar! Fica o PS refém desses partidos? Claro que fica! Mas não está já o PS refém da coligação? É uma questão de coerência na leitura da vontade expressa pelos eleitores portugueses!

 

A situação é difícil, porque, finalmente, ao fim de 40 anos de democracia, estamos num momento de viragem e de verdade: ou viramos para a prática de uma política de direita ou para a de uma política de esquerda. Não se trata de uma revolução! Trata-se de uma resolução definidora! Não se trata de ficar igual à Grécia, como muitos "papões" andam para aí a anunciar! Trata-se verificar possibilidades de, estando na Europa e no euro, aliviar o serviço da dívida, ou seja a quantidade de juros a pagar pelo dinheiro emprestado, alargando o prazo de pagamento! E os credores até nem ficam a perder!

 

Já temos idade democrática para não ter medos e deixar de recear o "escuro".

Pensem nisto, se faz favor.

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