O fim de um pequeno debate
Felizmente não li as centenas de páginas sobre a Guerra Colonial escritas e referidas pelo General Pedro Pezarat Correia na resposta que deu à minha crítica, pois, se o tivesse feito, à boa maneira da “diplomacia” militar, já tinha diploma de peco. Não li, mas, no essencial, estamos de acordo, embora admita que também aquele Capitão de Abril não leu as muitas que sobre o assunto redigi.
Mas o tema da minha crítica nada tinha a ver com a injusta guerra começada pelo Estado Novo ‒ designação suave do fascismo nacional; visava simplesmente, o texto transcrito, o qual remata, muito a despropósito, uma tomada de posição política (com a qual concordo) contra as arremetidas das forças da direita revivalistas do colonialismo e das “boas razões bélicas” de Salazar e Caetano. Repito, a despropósito, porque, de repente, surgem misturadas com essas forças «camaradas de Abril (…) [que] por ignorância ou estupidez (…) [podem] surpreender-se por, com a instauração da liberdade plena, a guerra colonial ter ficado irremediavelmente condenada e, com ela, o próprio império. (…) [sentindo-se] honrados por terem participado na guerra colonial, é porque admitem que os seus objetivos, a manutenção da ditadura e a preservação das colónias, eram justos. É então a altura de pedirem desculpa por terem participado no 25 de Abril que pôs fim à “honrosa” guerra e liquidou o império, essa nossa “pertença congénita”.»
Foi este remate que não compreendi e que, a meu ver, naquele contexto, é descabido. Descabido pelas razões que expus.
Assim, não sei se fui eu que não percebi nada ou o General Pezarat Correia que não soube explicar este pedaço de texto ou não percebeu a minha posição.
Por mim, agora, está tudo esclarecido e daqui para a frente qualquer que seja o debate deixa de fazer sentido.