Natureza humana: uma história triste
Contou-me um Amigo meu (respeito-lhe o anonimato, pois não gosta de se saber alvo de publicidade), em jeito de desabafo, que o filho – chamemos-lhe Fernando – casado havia sete ou oito anos, pai de dois meninos pequenos, se divorciou da – chamemos-lhe – Anabela –, depois de um complicado processo de separação por causa da tutela dos filhos.
A Anabela quis privá-lo da guarda partilhada, como é usual agora, e, com fundamento verdadeiro de falta de condições, por parte do Fernando, para ter os meninos em semanas alternadas, ficou ela com eles. Mas não cumpriu, nem cumpre, a decisão do tribunal: autorizar a visita dominical dos filhos ao pai. Resultado: já vai para mais de um ano que o Fernando não vê as crianças, porque não tem recursos para interpor uma acção contra a Anabela ou talvez nem queira.
Inconsolado, dizia-me o meu Amigo, avô dos meninos:
⸺ Nem uma fotografia actual dos filhos ela lhe manda!
Olhei-o e, para o consolar, porque não soube que mais dizer, retorqui:
⸺ Meu Caro, é a natureza humana!
Será?