Não tirem o tapete
António Costa, ontem, na entrevista concedida à SIC Notícias mandou um recado muito claro à presidência da União Europeia, mas subtilmente metido no meio de uma resposta, quando referiu que a manutenção da economia nacional depende da capacidade financeira das famílias para comprar, pois, só assim, a produção se pode manter. No meio da frase, sem eu conseguir a reprodução textual, lembrou que também em 2009 tinha sido dada, por Bruxelas, indicação para se incentivar a despesa pública e, depois, tomaram-se medidas inversas.
Estou convencido que a maior parte dos cidadãos viu e ouviu a entrevista mas não se apercebeu deste pequeno, contudo, enorme, pormenor.
António Costa está a pôr em prática a mais básica lógica keynesiana para sustentar a economia nacional, tal como o quis fazer José Sócrates em plena crise, todavia, Bruxelas tirou-lhe o tapete e só houve a solução de declarar a insolvência.
Pelo sim e pelo não, Costa, ontem, deixou o recado para ser ouvido na capital da União Europeia e para ficar registado entre nós.
Bom será que não nos esqueçamos do que o Primeiro-Ministro disse.