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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

28.03.20

Medo


Luís Alves de Fraga

 

É natural que estejamos com medo. Medo de contrair uma doença que é grave e insidiosa, inesperada e silenciosa, mas brutal.

O medo é humano; saber controlá-lo é resultado de desenvolver coragem para o enfrentar e ter esperança.

 

Fui treinado, na minha juventude, para saber lidar e controlar o medo; não fui treinado para não ter medo. Só os inconscientes não sentem medo. Fui treinado para tomar decisões quando estivesse cheio de medo, controlando-me e tentando controlar os desânimos e os medrosos.

Mais uma vez, estou a aplicar tudo aquilo para que fui treinado. E, porque tenho tempo - o que não nos falta agora é tempo - pensei...

 

Pensei, neste tempo de medo, no que terão sentido os alemães residentes nas cidades que foram sistematicamente bombardeadas e arrasadas pelos aviões Aliados, na fase final da 2.ª Guerra Mundial (fala-se muito dos bombardeamentos de Londres, mas nada, quase nada dos das cidades alemãs... Ah, a crueldade da História ser feita pelos vencedores!).

Imaginam qual é nível de medo de ficar soterrado por uma bomba caída lá de cima e estar-se impotente perante ela? No medo de que caia aqui e no desejo - quase honesto - de que, se tiver de cair, caia na casa do vizinho do lado?

Quando é que o medo pode transformar-nos em egoístas? Em desumanos? Em animais selvagens?

 

Só estou a tentar analisar o medo.

Cuidem-se e resguardem-se.