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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

20.07.21

Lógicas e ilógicas


Luís Alves de Fraga

 

Ler o Decreto-Lei n.º 102-D/2020, aquele que tem origem nas directivas da UE sobre resíduos e reciclagens é um frete insuportável. Por ali se percebe o que se faz no parlamento europeu e em Bruxelas. Segundo parece ‒ mas é mesmo só por parecer ‒ a intenção é magnífica, mas, para quem olha com um olhar crítico este mundo de consumo só tem vontade de os mandar a TODOS para um sítio que socialmente estou proibido de dizer.

 

Vamos lá ver.

Este mundo está montado no princípio da economia de mercado, que se justifica pelo aumento do consumo, através de ampliar as necessidades dos potenciais compradores.

Então, ou eu sou completamente burro, idiota e tanso, ou a economia de consumo está invariavelmente e indesmentivelmente destinada a gerar desperdício. Desperdício que, pela sua natureza, agride o ambiente!

Bom, isto parece-me uma incongruência!

 

Daqui por três anos (se eu for vivo) o meu telemóvel ‒ que dá uma excelente resposta às minhas necessidades e até as supera ‒ vai estar incapaz de funcionar em tão boas condições como agora. Vou ter de o substituir e o seu destino é a reciclagem. Passados mais três anos o processo repete-se igual ou talvez pior.

Mas, se saltarmos do telemóvel para a torneira da água do lavatório a coisa terá possibilidades de, em vez de três anos, ter um ciclo de cinco, oito ou dez anos. E a televisão? E a aparelhagem de som? E os móveis de madeira comprados naquele estabelecimento sueco ou noutros nacionais, do mesmo género? E os móveis de cozinha? E o automóvel cada vez mais electrónico? E? E? E?...

 

Quando eu era menino, as mobílias da casa de jantar dos meus avós, as cadeiras e tudo o mais que havia lá por casa tinham a idade do casamento deles e estavam boas e reparavam-se e continuaram a existir em casa de alguns dos meus primos. O mercado não tinha como finalidade o consumo. Visava satisfazer o comprador, através da qualidade, da durabilidade, da beleza, do requinte. Os meus avós não careciam de mostrar aos vizinhos que alteravam as mobílias da sala em cada cinco anos, nem que os cortinados estavam fora de moda!

Os meus avós não faziam desperdício, porque usavam e tornavam a usar tudo o que haviam comprado vinte, trinta, quarenta anos antes.

 

Não aguento mais! Tem de ser!

Tenho vontade de pedir emprestada, a um dos meus primos, a cadeira da secretária do meu avô para atirá-la aos cornos de um ou de vários burocratas da União Europeia e, por arrasto, aos arautos da economia de consumo, porque, ou querem mais produção e mais desperdício ou optam por uma produção duradoura e menos consumista, donde, com menos resíduos e menos reciclagens.

 

Não aguento com incoerência e ilogicidades, por isso, nas lojas, agora, refilo contra o pagamento dos SACOS DE PAPEL, por causa do aumento dos resíduos! Ou será que os ricos podem gerar todos os resíduos que quiserem, ficando os remediados impedidos de tal direito?

 

Que mundo é este? Que União Europeia é esta?

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