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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

25.09.22

Dos Pecados da Igreja Católica à Guerra na Ucrânia


Luís Alves de Fraga

Adão e Eva.jpg

(Imagem da Internet)

 

 

E Deus criou o Homem ‒ Adão ‒ e, dele, a Mulher ‒ Eva ‒ deixando-os em liberdade no Jardim do Éden, com uma só condição: não comerem o fruto da árvore proibida.

Creio, é assim que está na Bíblia, julgo que no Livro chamado Génesis que, segundo se pensa, se deve à pena de Moisés. É o princípio de todos os princípios.

Adão e Eva ‒ frutos da criação de Deus ‒ deixaram-se tentar pela cobra, que os levou a comer o fruto da árvore proibida e Deus expulsou-os do Jardim do Éden, condenando-os a vários sofrimentos: trabalharem para comer e suarem para terem o pão de cada dia, a mulher a parir com dor, morrerem em pecado, porque não cumpriram a promessa feita ao Criador.

 

Muito mais tarde, já havia vendilhões no Templo, em Jerusalém ‒ a terra prometida para o Judeus ‒ uma virgem (numa das mais belas histórias bíblicas) de nome Maria, casada com um velho carpinteiro chamado José, concebeu sem conhecer homem, como nos contam os evangelistas. Concebeu porque recebeu o Espírito Santo e o anjo São Gabriel lhe disse, quando lhe anunciou a gravidez, que esse Ser, que crescia no seu ventre, havia de se chamar Jesus e Dele se esperavam maravilhas.

 

Ora, Moisés era judeu e o Catolicismo é uma variante do judaísmo, é como que uma heresia judaica, pelo simples facto de Jesus, para os seguidores do sionismo, ser mais um profeta e não o filho de Deus. Jesus nasceu judeu e foi judeu até ao fim, embora, na sua vida pública, quando fez 33 anos, tenha começado a falar como Filho de Deus e tenha definido uma terceira entidade como proveniente Dele: o Espírito Santo ‒ o tal que foi responsável pela gravidez da Mulher que se manteve virgem ‒ irrepresentável, mas que os seguidores de Jesus, depois da sua morte, passaram a figurar como uma pomba.

Mais tarde, os discípulos de Jesus, o Cristo ‒ o ungido por Deus, o salvador ‒ criaram uma Igreja, uma doutrina e ordenaram os pecados ‒ o mesmo é dizer, as ofensas a Deus ‒ estabelecendo três ordens: o pecado original ‒ aquele do qual Jesus veio redimir a humanidade, o tal que Adão e Eva praticaram quando comeram o fruto da árvore proibida ‒ os pecados mortais ‒ aqueles que, pela sua natureza ofendem a Deus de tal forma que, se no momento do último suspiro, o pecador não se arrepender vai para o inferno ‒ e os pecados veniais ‒ aqueles que, mesmo sem arrependimento aquando da morte, não privam o pecador de se sentar na corte celestial.

Hoje em dia, com todas as alterações canónicas do catecismo católico, já quase ninguém fala do pecado original. E para quê se havia de falar dele, se, afinal, Jesus morreu na cruz para lavar desse pecado toda a humanidade?

 

Não, meu caro leitor, não ensandeci, mantenho-me ‒ pese embora a minha já avançada idade ‒ lúcido e fresco. Mas, até parece que, ao titular este texto da forma como o fiz, deve julgar-me próximo da avenida do Brasil, aqui na cidade de Lisboa, à espera de consulta no manicómio Júlio de Matos!

Contudo, se eu explicar, a lógica é muito fácil e as relações estabelecem-se muito rapidez. Vamos tentar?

 

Quando a Rússia invadiu a Ucrânia praticou um pecado mortal, pois, por mais voltas que dê, está condenada às penas do inferno, vivendo já em tormentos horríveis: prisões cheias de contestatários, um vasto role de assassinatos de oligarcas que se manifestaram contra o conflito, venda muito mais barata do gás e do petróleo à China e à Índia, enfim, privação de todos os estabelecimentos ocidentais ‒ em especial da cadeia de McDonald’s ‒ e de todas as fábricas que buscavam mão-de-obra barata…

Mas a Rússia está cheia de pecados veniais: ameaças de comprar armamento aos grandes inimigos do ocidente, promessas de uso e abuso de armamento nuclear e de mais uma imensa cadeia de outras venalidades internacionais, tais como fazer referendos que os clérigos do ocidentalismo já condenaram como ilegais e ilegítimos.

Bom, como se vê, esta guerra está cheia de pecados mortais e veniais tal como a Igreja Católica, mas ‒ ora bolas! ‒ ninguém se lembra de falar no pecado original, aquele que leva os ucranianos a derramarem o seus sangue por todos nós, para nos salvarem, para nos abrirem as portas do céu: a imensa vontade de os EUA colocarem mesmo às portas da Rússia o armamento capaz de, num ápice, chegar a Moscovo sem o tempo suficiente de os moscovitas saberem porque é que iam ao encontro do Criador!

Esse é que foi o pecado original, cometido pela cobra, que existe no paraíso americano e reside no Pentágono e na Casa Branca, a qual tentou a Ucrânia, levando-a a querer entrar na NATO. Infelizmente, os ucranianos são os Cristos que estão a sacrificar-se na cruz, a deixarem-se morrer no crucifixo, para nos mostrarem a árvore onde a cobra se enrola e donde está pendurado o fruto proibido. Mas, parece-me, os poderes encantatórios do réptil são tão poderosos que ninguém dá por eles.