Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

04.05.23

De Belém para S. Bento


Luís Alves de Fraga

 

As tricas têm feito o prazer da nossa comunicação social, dos nossos políticos mais medíocres e de um povo que julga as relações institucionais semelhante ou iguais às relações pessoais.

Ontem vi no canal RTP 3 a entrevista, já tardia, com o Dr. Manuel Magalhães e Silva, advogado e assessor, durante dez anos de mandato, do presidente Jorge Sampaio.

Que extraordinária lição de política! Com uma calma olímpica, mostrou como foram e deviam ser os comportamentos dos presidentes da República: sem aparatos, sem exaltações públicas, com recato, sem vaidades balofas. Tudo o contrário de Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Fiquei a pensar e revi hoje de manhã a entrevista. Sem papas na língua, o entrevistado caracteriza o actual presidente como sendo um populista e dotado de falta de recato político e de sentido de estado. O que se passa no palácio de Belém, entre presidente e primeiro-ministro, não é para ser comentado na rua. A política nacional e do Governo não é para ser chocalhada na praça pública pelo presidente da República.

Realmente, há sete anos, tudo começou pelas “selfies”, mas, decorrido todo este tempo, acabou na discussão de rua por parte de Marcelo. Foi, de facto, ele quem abriu as portas ao destempero da comunicação social, porque ele próprio não soube temperar-se através da chamada política de influência. Não, ele quis e quer ser a “estrela da companhia”, dar as novidades, comentar os actos, deitar os foguetes e, até, apanhar as canas.

 

Não votei nele em nenhuma das eleições, porque o achei sempre mais “homem de jornal”, mais professor, do que presidente. Algumas vezes já aqui, neste mesmo sítio, o tenho elogiado, mas, perante a exposição de Magalhães e Silva, que deu da forma como se faz a política e, em especial, a de bastidores, uma lição prática com exemplos passados, houve como que uma epifania e vi, com olhos de ver, o presidente Marcelo.

O que irá dizer logo, pelas oito da noite, não sei nem me interessa, mas não fará mudar o meu entendimento do presidente e do homem. Ele é perigosamente impulsivo e aterrador no caminho das distorções e enviesamentos das situações e, se todo o quadro presente é já de si muito delicado e complicado, vamos ver o que vai fazer perante a posição de força usada por António Costa no exercício das suas prerrogativas de primeiro-ministro.

Vamos ver.

2 comentários

Comentar post