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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

19.06.19

Aumento da Função Pública versus redução de impostos


Luís Alves de Fraga

 

Ontem vi e ouvi o causídico, virado comentador televisivo, José Miguel Júdice fazer os seus habituais “comentários”. Não vou perder tempo – até porque era, de facto, uma perda de tempo – a caracterizar politicamente o “falador” – perdão, comentador – pois toda a gente sabe tratar-se de um homem de direita, a defender ideias de direita. Esconde mal as suas tendências políticas. Vou, simplesmente, apegar-me a uma afirmação por ele classificada como uma “recuperação” do desastre que foi a votação no CDS, feita por Assunção Cristas.

 

Disse Miguel Júdice que o partido da direita parlamentar se posicionou, novamente bem, perante o eleitorado, quando, em oposição ao anúncio de António Costa mandar aumentar os funcionários públicos, Assunção Cristas propõe, em alternativa, a baixa dos impostos. Júdice, como causídico experimentado, está, como sempre se faz em tribunal em face de uma causa perdida, a tentar “tapar o sol com uma peneira”! Está a colocar “vaselina” na ideia de Assunção Cristas para que escorregue melhor na onda de populismo que resta à direita. Vejamos.

 

Qual foi a receita de António Costa para, contrariando a política Passos Coelho, conseguir uma recuperação da economia nacional? Foi somente, aumentar o poder de compra dos Portugueses, ainda que aumentando alguns impostos indirectos.  Isso resultou!

Resultou, porque o que faz renascer a economia é o aumento do consumo, mesmo que haja um aumento de alguns impostos, porque há que contar com o efeito psicológico de o consumidor sentir, no início do mês, que tem mais dinheiro na mão. Mais dinheiro é igual a mais gastos e, mais gastos, é igual a maior consumo e, maior consumo, é igual a maior estímulo na economia e, maior estímulo na economia é igual a mais impostos que o Estado arrecada, donde, mais possibilidade de reduzir o deficit e mais facilidade de pagar empréstimos e, mais pagamento de empréstimos é igual a menor quantidade de juros a pagar aos credores do Estado. Por arrasto, a um aumento dos funcionários públicos corresponde um aumento dos salários nas empresas privadas, que os podem pagar, pois a produção começa a aumentar em função do aumento da venda.

Isto é o B A-BA da macroeconomia!

 

Vejamos a proposta de Assunção Cristas tão aplaudida por Miguel Júdice.

A uma redução dos impostos o dinheiro “cresce” ou “sobra”, no final do mês, nas mãos de quem ganha para poder pagar impostos… nas mãos de quem não paga ou paga uma taxa reduzida de impostos ele não cresce! E uma redução de impostos beneficia os produtores e os grandes pagadores de impostos que, esses sim, passam a poder comprar mais, mas prejudica o Estado, porque, recebendo menos impostos, as consequências a médio e longo prazo, impedem os benefícios por mim já referidos anteriormente.

Como se vê, a proposta vinda do CDS é populista e lesiva da comunidade nacional. Representa a criação de excelentes oportunidades para, conquistado o poder, reduzir ainda mais os salários dos trabalhadores e aumentar os benefícios dos empresários.

 

Com comentadores do calibre de José Miguel Júdice bem podemos “limpar as mãos à parede”, porque, não explicando nada, caminharemos alegremente para o abismo.