As pétalas dos cravos também caem
Abril, o Abril de Portugal, o do renascimento da esperança ao parir, de novo, a Liberdade, ao propor, de novo, a Democracia, o Abril com cravos nos canos das G3, está a perder folhas.
É o tempo, dizem uns, é a idade, dizem outros, é a doença, afirmam alguns entendidos.
Abril foi um tempo de tudo, em que muitos quiseram demais e outros queriam de menos. Muitos queriam, sem saber, um sonho, uma utopia. E Abril também foi tempo de utopias!
Saraiva de Carvalho, não é nome de rua. É nome de um major, que numa noite, a de 24 para 25 de Abril de 1974, foi capitão. Foi o Capitão que planeou, que coordenou, que deu ordens aos militares que queriam essas ordens e deu voz ao Povo que queria tez voz.
O major Otelo Saraiva de Carvalho morreu hoje. O cravo já quase não tem pétalas...