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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

20.04.23

Abril, águas mil


Luís Alves de Fraga

 

O nosso povo, certamente devido à sua ignorância literária e à falta de estudo noutros tempos, foi acumulando conhecimentos com a Natureza e soube sobreviver deste modo, passando de pais a filhos provérbios, resumindo modos de fazer, proceder, actuar e, assim, durante centenas de anos tínhamos a certeza de que chegado Abril, havia de chover o necessário para a terra dar os frutos precisos para a sobrevivência da população.

Estamos em Abril e notícia de chuva é coisa que por cá e na Espanha não existe… só talvez na Galiza e um orvalho nocturno no Minho. São as mudanças climatéricas, dizem os muito entendidos em meteorologia, ciência que, até à chegada da era dos satélites artificiais, estava muito próxima da adivinhação graças à probabilística. Que gozo se fazia com o oficial chefe do serviço meteorológico, no ano de 1966, quando o transporte de oficiais da Base Aérea n.º 2, situada na Ota, chegava à portagem da mini autoestrada de Vila Franca e os bilhetes comprados e deitados imediatamente fora, se juntavam ora num ora no outro dos dois cantos da edificação de cobrança!

‒ É pá, hoje o vento está de sul! Vai chover?

E ele, com grande poder de encaixe, sorria e dava uma resposta só para não ficar calado.

 

Há quarenta anos explicavam-se as alterações climáticas com base no uso de aerossóis que destruíam a camada de ozono, fazendo-lhe um buraco por sobre os pólos Norte e Sul,. Não se falava ainda (pelo menos nos meios públicos e entre gente pouco esclarecida) no efeito de estufa resultante do aquecimento global do planeta. Só mais tarde a combustão de matérias fósseis e de outros elementos provocadores de poluição começou a ser a culpada das chuvas ácidas e das mudanças climáticas e do degelo das calotes polares.

À volta desta temática, as contradições são mais do que muitas: o tráfego aéreo, tão poluidor como qualquer locomotiva a carvão, continua a aumentar sem preocupação no mundo inteiro; o mesmo acontece com os navios de toda a espécie que navegam nos oceanos e mares interiores, contudo, a grande preocupação centra-se nos veículos automóveis, nos comboios e nas fábricas que usam como combustível o carvão ou produtos resultantes do petróleo.

Não tenho conhecimento de que alguém ande a estudar a simples, mas ao mesmo tempo complexa, hipótese de o eixo da Terra se estar a deslocar! E bastam uns milímetros em cada ano para ser suficiente a alteração climática e os degelos. Só que, a ser assim, a Terra tal qual a conhecemos pode ser diferente, muito diferente, daqui a cinquenta ou cem anos, basta pensar que já houve mar onde hoje é terra firme e vice-versa.

Poder-se-á perguntar, sendo como deixo sugerido, qual a razão para se não publicitar e a resposta só pode ter uma: os efeitos económicos globais como reagiriam?

Por enquanto, não vale a pena preocuparmo-nos a não ser com os protectores solares, as galochas e as salamandras para aquecer as nossas habitações quando fizer muito frio.

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