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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

31.01.23

A Entrevista


Luís Alves de Fraga

 

António Costa deu uma entrevista exclusiva à RTP e falou. Falou como lhe é habitual: pôs optimismo onde há motivo para o ter, enrolou como tem por hábito enrolar e calou aquilo que habitualmente cala. Em suma, António Costa foi igual a si mesmo. Mas, então no que falhou António Costa?

 

Falhou-lhe no que tem falhado, desde o fim da “Geringonça”: sentido de liderança. Costa é, sem dúvida, um político de vários e muito aceitáveis recursos (duvido dos métodos), mas precisa do acicate ou de uma aliança exigente ou de uma boa oposição, porque, sem estes ingredientes, ele torna-se naquilo que é: um habilidoso nem sempre muito fiel à honestidade política (razão pela qual é um político com algum talento, mais do que aqueles que, antes dele, nos governaram).

Costa, ontem, mais uma vez, deu provas da sua falta de capacidade de liderança, de uma mão pesada, porque um verdadeiro líder tem de ter a mão pesada. Podia ter aproveitado a entrevista para lançar aos quatro ventos avisos aos seus colaboradores presentes e futuros, mas não o fez.

 

Não o fez, porque, ou tem telhados de vidro e receia que lhos partam ou tem falta de genica para se impor. Com uma maioria parlamentar, ele não tem de exigir que os portugueses aguentem e se habituem, mas, pelo contrário, tem ou deve exigir que quem com ele colabora o faça de maneira a não o “enterrar”. Possui legitimidade para isso.

Tendo por hábito passar as culpas para outros, não sabe ou não quer ou não é capaz de chamar a si as responsabilidades, responsabilizando quem prevarica e devia não o fazer.

Parece ter medo que os seus mais seguros e íntimos colaboradores se possam revoltar e, fazendo contravapor, levem o país a ter maus resultados que o coloquem a ele em péssima condição.

Resumindo, volto à afirmação inicial: não sabe liderar. Pode saber escolher bons colaboradores cheios de telhados de vidro, mas não sabe liderar. Pode escolher gente competente, mas não sabe pôr travão ao nepotismo, logo, não sabe liderar.

Liderar é incutir respeito, admiração e vontade de colaboração naqueles que trabalham connosco. Liderar não é só chefiar ou meter medo aos subordinados; é ir mais longe. É levar os liderados a reconhecerem espontaneamente as suas faltas e assumi-las por respeito ao líder. É saber exigir franqueza e honestidade; é induzir a sensação, nos liderados, de estarem a ser sempre escrutinados pelo líder.

António Costa está nos antípodas deste perfil, porque é como o pai babado e brando que, vendo os defeitos e as asneiras dos filhos, lhos desculpa e justifica continuamente, acabando por se tornar responsável pelos erros e disparates cometidos por eles.

 

António Costa não quer perceber que os casos e os casinhos que têm recheado os últimos tempos da sua governação são o pasto ideal para a oposição de direita lançar-lhe fogo e queimarem o trabalho feito por alguns bons ministros, nomeadamente o Mário Centeno. Ele tem de pegar nos casinhos e desmascará-los, condenando-os na praça pública, pois só assim se desliga deles. Não são a merda de trinta e seis perguntas que lhe sacodem o capote. Ele tem de ser capaz de dizer em público: “quem mijar fora do penico está tramado, porque dou cabo dele na praça pública”. É isto que ele tem de ser capaz de dizer. E isto é o contrário de dizer “habituem-se”!

Será que António Costa fez serviço militar? Não se lembrará do seu alferes que, na recruta, lhe exigia que ele “desse tudo” de si mesmo para fazer bem feito? Homem, se fez tropa só tem de seguir o exemplo do seu alferes e do seu capitão!

Era por isso que a tropa obrigatória fazia muito bem a muita gente!

António Costa, faça-se alferes do seu pelotão de recrutas…

2 comentários

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