Neste momento, o silêncio
Morreu em operações, no Afeganistão, um primeiro sargento comando português Roma Pereira e um cabo, também, comando, ficou gravemente ferido.
Foi no cumprimento do dever que tudo aconteceu. Um dever determinado pelo Estado através das competentes hierarquias civis e militares. Um dever que deve estar de acordo com os interesses nacionais. É, por conseguinte, um dever nacional.
Não é o momento para aqui discutir seja o que for. Agora, resta-nos guardar silêncio, porque um dos nossos morreu no cumprimento do dever e outro sofre.
No altar da Pátria repousa mais um sacrificado por Portugal.
Na minha vida de quarenta e quatro anos de Soldado já vi e já tive conhecimento de muitos camaradas que, cumprindo a palavra que havia dado no dia do Juramento de Bandeira, deixaram o nosso convívio para sempre, entrando no amplo átrio onde há séculos se alinham, sem números nem postos, todos quanto o fizeram para que seguisse intocável o destino de Portugal e de toda a sua gente.
É altura de nós, os vivos, nos erguermos, assumirmos a postura correcta de sentido e deixarmos que ecoe nas nossas mentes o toque de silêncio, seguido do da alvorada, porque é assim que nós honramos todos quantos foram leais para com esta Pátria velha e desgraçada, mas que é a nossa.