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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

25.09.12

Queremos a verdade


Luís Alves de Fraga

 

Estou farto de mentiras!

José Sócrates foi perito em truques que nos foram enganando a torto e a direito, mas uma coisa é certa, quando começou a prescrever e necessidade de austeridade financeira em Portugal (os PEC) ele sabia que a situação internacional se tinha invertido e que a “ordem” era para restringir os gastos, contendo as despesas, pois, antes, a mesma “ordem” ia mais claramente no sentido do keynesianismo, ou seja, gastar, mesmo que à custa da dívida, para fazer funcionar a economia. No tempo de governação de Sócrates podem distinguir-se três períodos diferentes: o da contenção do défice, o do gasto público e o da nova contenção. Sócrates, “O Aldrabão”, governou de acordo com as correntes dominantes na Europa.

O PEC IV era uma honesta tentativa de evitar a intervenção estrangeira em Portugal e deve-lhe ter sido sugerido por Berlim. Não agradava à Europa que se alastrasse a onda de bancarrotas semelhantes à da Irlanda e da Grécia. Os papalvos do PPD/PSD e os restantes partidos prestaram um mau serviço a Portugal não apoiando o PEC IV. Eles sabiam o que seria dos Portugueses caso houvesse uma intervenção estrangeira! O que levou o BE e o PCP a não quererem comprometer-se com a troika se contribuíram para a sua vinda? Uma resposta que não sei dar, porque a análise dos factos leva à falta de coerência. Mas o PSD comprometeu-se com a troika e sabia muito bem que tipo de medidas iam ser exigidas. E soube-o antes das eleições. Contudo, desonestamente, repito, desonestamente, fez propaganda política, na campanha eleitoral, que sabia antecipadamente que não ia cumprir, porque as medidas preconizadas no acordo com a troika até se encaminhavam no mesmo sentido ideológico das suas intenções mais recônditas! Era a oportunidade de dar, uma vez por todas, um grande pontapé no que restava das conquistas feitas pelos trabalhadores na sequência do 25 de Abril!

É desonesto apontar ao Partido Socialista a autoria do acordo com a troika. Quem o poderia fazer sem ser o partido que estava na governação? Mas é mais desonesto quando se lhe assacam responsabilidades, omitindo que a queda do Governo e a vinda da troika foi provocada, também, pelo PSD, maior partido da oposição.

Se Sócrates é “O Aldrabão”, Passos Coelho é “O Mentiroso”, porque está a mentir deliberadamente aos Portugueses. Ele e os seus apaniguados, simpatizantes e aliados.

 

Portugal tem uma dívida externa brutal comparada com a sua capacidade produtiva, mas tem também na governação os maiores farsantes que imaginar se pode. Eles querem desvalorizar tanto quanto possível a mão-de-obra nacional para benefício da alta finança não só portuguesa como internacional. As medidas do Governo atraiçoam os Portugueses ao contrário de os defender das garras da agiotagem insaciável.

A dívida resultou da conjugação de dois factores: má governação, por falta de estratégias económicas e aproveitamento de uma conjuntura que era favorável ao crescimento económico na base do endividamento. Faltou, em Portugal, a voz da Razão e da Sensatez para, em devido tempo, sugerir que o estoiro financeiro poderia ocorrer. Ninguém se lembrou disso e todos ajudaram a gastar à tripa-forra, exigindo melhores salários, maiores subsídios, melhores condições de trabalho, mais amplas regalias e mais um sem número de vantagens. E os Governos foram cedendo e permitindo que por trás destas exigências se fizessem grandes negociatas que encheram os bolsos de alguns ou garantiram pingues lucros para outros. Toda a gente acreditou no “saco sem fundo”, toda a gente desejou o melhor para si mesmo.

Foi este quadro que Passos Coelho escondeu dos Portugueses aquando da campanha eleitoral e fê-lo com perfeito sentido da verdade dos factos, por isso agiu incorrectamente. Ele e todos os do círculo íntimo da sua governação.

Acho que merecemos a verdade, que mais não seja uma vez na história da democracia!

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