Mansos, somente mansos
Não, meus Caros Amigos (com este "a" maiúsculo incluo no grupo as minhas estimadas Amigas, está bem de ver!) nós, os Portugueses, não somos piegas. Nunca o fomos e nunca o seremos. Somos, isso sim, MANSOS, tal como Bordalo Pinheiro nos representou na célebre figura do Zé-povinho. Mansos como bois de canga. Piegas poderá (note-se que digo "poderá") ser a classe política do grupo etário de Passos Coelho. Os da minha e os mais velhos provaram durante treze anos de guerra que não eram piegas: por cá ficaram muitas mães, noivas, esposas, irmãs e namoradas a chorar a partida para a guerra dos seus entes queridos, mas esses, nas plagas africanas, mostraram de quanto eram capazes, sofrendo, mas sempre com a altivez de quem sabe que o vento faz vergar as canas, mas não as quebra.
Não, não somos piegas. Somos mansos. Mas cuidado com a nossa mansidão! Houve um rei que chamou ao seu próprio reino terra de piolhosos - piolheira - e ao fazê-lo estava a colocar-se na mira da arma que o havia de matar, pois, afinal cometeu suicídio ao morrer às mãos de um simples professor primário que tudo sacrificou, até a vida, para acabar com a soberba do monarca!
Cuidado! Já chega de soberba, de arrogância, de descaramento. Já chega de maus exemplos que se contagiam na área do Poder... Aguiar Branco ousou, há dias, ofender os militares. Ofendê-los no seu brio e na sua capacidade de abnegação. Ele que de tropa pouco ou nada deve perceber ousou mandar para casa quem serve por vocação! Julga-se ele detentor do monopólio do acto de SERVIR? Pois se assim é, acho melhor que faça, ele e os seus colegas de Governo, um estágio junto da tropa para aprender o que são valores, o que é coragem, o que é frontalidade, o que é honestidade, o que é probidade.
Mansos, mas não até sempre!