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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

27.07.10

Comunicado n.º 8/2010 da Associação Nacional de Sargentos


Luís Alves de Fraga

Recebi directamente do meu Amigo António Lima Coelho, Presidente da Associação Nacional de Sargentos, e dou, com muito gosto, a publicidade que merece o comunicado em epígrafe:

 

Vivemos um dos períodos mais confusos e complexos da nossa centenária história. À crise nacional, também ela velha (leiam-se os escritos de Eça e Junqueiro) junta-se uma crise dita global, sistémica e de consequências dramáticas para milhões de pessoas em todo o mundo, mas também de enriquecimento rápido e brutal para uma minoria.

Na sua sabedoria popular o nosso povo criou a história dos médicos, pai e filho, e do paciente rico com uma carraça no sovaco. Num dia em que o pai se encontrava ausente o paciente foi atendido pelo filho, que detectou e extraiu a carraça. Quando o pai regressa, o filho informa-o, satisfeito por ter resolvido o problema do paciente, ao que o pai responde perguntando: Estragaste tudo! E agora? Como pensas que paguei o teu curso de medicina? Pensas que foi com os ovos e cebolas com que os outros me pagam as consultas?

A crise é a carraça que está no corpo do Povo e lhe suga o sangue. Não se pode extrair senão acaba-se o pretexto usado para nos submeter às mais vis mentiras, à alienação dos direitos constitucionais e da própria Constituição de Abril. Ao fundo do túnel não há luz, mas sim um outro túnel para aqueles que, como nós, lá se encontram; e sol e ar puro para os que piedosamente nos vão informando que vamos andando porque já se vê a luz da salvação – luz de trevas a seguir às trevas.

E assim, ao longo de séculos, lá vão enviando os seus filhos para as melhores escolas do mundo, onde aprendem a não extrair a carraça e a anunciarem as trevas como se fossem luz de esperança. Por outro lado, nós e os nossos filhos vamos continuando de sacrifício em sacrifício contribuindo para suportar todo o seu fausto e benesses.

São as carreiras, escandalosa e vergonhosamente entupidas, os vencimentos congelados ou mesmo depreciados; são os direitos coarctados para dificultar expressões mais veementes do nosso descontentamento; é a Saúde Militar transformada em mais uma oportunidade de negócio para garantir a luz e o sol aos mesmos de sempre; são os complementos de pensão e os suplementos de risco esbulhados; é o futuro dos mais jovens gravemente comprometido sem hipóteses de projectarem os mais modestos projectos de família, não obstante o facto de o País ter um índice demográfico negativo... Assim não vamos lá!

É preciso extrair a carraça da crise e falar dela sem preconceitos que só servem para nos levar à resignação e à aceitação das medidas, que anunciadas como de combate à crise, mais não fazem do que agravá-la, garantindo o futuro dos mesmos que enriquecem com o empobrecimento de milhões e comprometendo o nosso futuro e o dos nossos filhos.

A história ensina-nos que os povos só vencem as crises e avançam decididamente rumo ao futuro quando tomam os seus destinos em mão e os constroem. A terra e o mar continuam nos mesmos sítios à espera que os portugueses se decidam a elas retornar e a garantir a nossa soberania alimentar sem a qual nunca teremos a independência, mas sim a condenação à miséria subserviente, com ou sem FMI, com ou sem UE.

A Associação Nacional de Sargentos alerta para a necessidade de se romper sem preconceitos com este caminho de trevas e de crise a seguir à crise, como se fosse uma fatalidade.

A Associação Nacional de Sargentos apela a toda a Família Militar que se una em torno da

Condição Militar e defenda intransigentemente os escassos direitos que lhe assistem, “que retiremos de vez a carraça das nossas axilas”, na certeza de que só assim se garante o fim das crises e se alcança a almejada luz!

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