No próximo sábado, dia 18 de Outubro, lá estaremos todos no Rossio, pelas 15 horas.
Vamos todos! Todos os que pudermos levar vão estar connosco… Familiares e militares amigos. Todos vamos dizer da nossa discordância sobre as medidas que têm sido tomadas por este Governo contra o bem-estar e a coesão das Forças Armadas; contra o conceito de Família Militar que nós tínhamos desde há muito e que muito nos serviu quando andámos por África na guerra.
Vamos dizer a quem diz que governa que nós, os velhos e novos militares, discordamos das medidas que nos cortaram direitos adquiridos e que mais não eram do que formas indirectas da Nação nos pagar o muito que nos deve.
Vamos dizer que estamos esfomeados de justiça e de consideração.
Vamos dizer que nunca recusámos os nossos dias e as nossas noites para que Portugal pudesse manter-se dignamente no concerto das Nações.
Vamos dizer que as nossas famílias se sacrificaram só porque eram nossas e estavam connosco, porque estavam com o nosso juramento de servir a Pátria.
Vamos dizer que estamos sequiosos de um tratamento digno.
Vamos dizer que basta.
Basta, senhores ministros!
Basta, senhores deputados!
Queremos ter o tratamento que nos é devido, porque quem tudo está disposto a dar pela Pátria merece ser por ela compensado.
Camarada de armas, não fique em casa no próximo sábado.
Se já está reformado nada tem a perder. Venha juntar-se a nós.
Venham os generais e os cabos marinheiros.
Venham os coronéis e os sargentos.
Venham todos para uma tarde de luta, mas também de grande lição de civismo.
Venham com a dignidade dos vossos cabelos brancos, a fraqueza das pernas já trôpegas, mas a grandeza de alma que sempre nos animou nos mais difíceis transes do passado.
Venham dizer que continuamos a ser Soldados de Portugal e queremos que nos dignifiquem como tal.
Venham os mais novos dizer que basta de injustiças e discriminações. Não há regulamento que vos proíba de estar presentes com o respeito e a sobriedade que é própria dos militares.
Temos de ser muitos, não porque precisemos de mostrar que somos muitos, mas para que a Nação saiba que estamos a ser maltratados, que nos estão a roubar o orgulho de estarmos sempre prontos para Servir.
Camaradas de armas unamo-nos e sejamos capazes de dizer por actos cívicos o quanto nos dói a alma por estarmos a ser vítimas de um Governo que nos devia respeitar e dignificar.
Camarada eu vou estar lá. Vem também e traz um outro camarada.