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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

02.12.07

Venham prender-me!


Luís Alves de Fraga

 
Fui apanhado de surpresa. A notícia chegou-me pela Internet.
Então querem lá ver que todos os oficiais das Forças Armadas, da situação de efectividade de serviço até à reforma, estão à espera do mandato de prisão!
Está tudo doido neste país. Aliás, este é um país de opereta — daqueles em que se mistura o que é sério com a brincadeira, a normal conversa com os diálogos cantados.
Vá o leitor até ao Diário de Notícias de dia 29 e leia. Leia o que se diz da Lei das Armas. Leia que um oficial das Forças Armadas não pode ter ou usar, fora dos actos de serviço, a sua espada — no caso da Força Aérea, o espadim!
Pois eu tenho o meu no escritório onde, neste momento redijo esta crónica. Venham prender-me… Como tudo está a mudar, se calhar já me pode vir prender um qualquer cívico, de qualquer graduação! Antigamente só seria preso por um militar de igual posto àquele que tenho… Mas isso era no tempo do fascismo, quando não se respeitavam nem garantiam as liberdades dos cidadãos! Agora, em democracia, provavelmente, qualquer um prende qualquer outro.
 
A loucura legislativa tomou posse das mentes dos governantes! Como é possível que um tal disparate — a espada ou o espadim é o símbolo da autoridade e do poder de um oficial — possa ter tido corpo no Diário da República? E não vieram, logo de imediato, para o Ministério da Defesa os senhores generais Chefes dos Estados-Maiores entregar as suas espadas ao ministro?
 
Quando não se mostra a indignação, quando nos baixamos até aos níveis mais inferiores da dignidade, tudo é de esperar.
Senhores generais imponham-se, mostrem que são dignos da espada que vos querem tirar!
Senhores oficiais na efectividade de serviço não percam uma tão excelente oportunidade de mostrarem a vossa indignação e vão entregar as vossas espadas aos senhores generais Chefes dos Estados-Maiores. Entreguem os vossos símbolos de comando, já que ninguém está disposto a aceitar que os oficiais comandem o quer que seja.
Eu sou um reformado, nada posso fazer para além de ficar à espera que me venham prender!

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