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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

29.09.23

Guerra na Ucrânia


Luís Alves de Fraga

Ainda há quem venha invocar a quebra do Direito Internacional para justificar a injustiça do ataque russo sem perceber que este Direito é sempre o do mais forte e em favor dos mais fortes. O Direito Internacional é um conjunto de convenções, que se podem ou não seguir se o superior interesse de uma nação correr perigo.

28.09.23

De Lagarde à la guerre


Luís Alves de Fraga

 

A vida tem destas coisas, há alturas em que me apetece escrever de rajada e outras em que a vontade se esconde lá no fundo de tudo e, pronto, não sai nada. Estou a atravessar um desses momentos. Mas impus-me, hoje, produzir alguma coisa para entreter os meus amigos. Vamos a isto.

 

Todos sabemos que as taxas de juro do Banco Central Europeus (BCE) estão pela hora da morte e que, por tal causa, muitos portugueses têm a corda na garganta aflitos para pagar as prestações da compra da habitação própria ou porque os preços dispararam em flecha. Quem manda em tudo isto é a senhora Lagarde, presidente do BCE. A intenção todos a sabemos: conter a inflação, em especial nos Estados mais ricos e poderosos da zona euro.

Ora, a inflação pode ter uma de duas origens: ou porque se aumenta a circulação de dinheiro no mercado ‒ que não foi o caso ‒, ou porque os factores de produção foram afectados por carências aquisitivas ou encarecimento na sua origem, que foi e é o caso.

Na primeira situação a solução passa, quase sempre, pela adopção de medidas financeiras; na segunda, passa pela adopção de medidas económicas (embaratecer as matérias-primas, a energia, a mão-de-obra).

Sabemos que a causa da actual inflação tem origem em dois elementos: encarecimento da energia necessária à produção europeia, como resultado das sanções impostas à Rússia pelos EUA, e a guerra na Ucrânia.

Quando a senhora Lagarde torna o dinheiro mais caro (o aumento do juro tem esse efeito) está a adoptar uma solução financeira que só facilita a vida aos investidores dos países mais ricos da zona euro e remete os Estados de pequenas indústrias e de míseros investimentos para uma maior pobreza, pois nem produzem para consumo interno e menos ainda para exportar. Talvez assim se perceba a razão das propostas da CIP (Confederação Empresarial de Portugal): só seremos concorrenciais se o poder de compra aumentar e a produtividade for estimulada e recompensada. Ao contrário da solução Lagarde, os nossos empresários apostam na solução económica. É uma tentativa de chegar à frente o mercado português num momento de recessão geral. O mesmo devia fazer o Governo.

 

E, então, e a guerra?

Pois, a guerra é o principal motor da disfuncionalidade europeia ‒ entenda-se dos países componentes da UE ‒, porque veio alterar profundamente os circuitos habituais de fornecimento energético, desarranjou a economia dos Estados motores da União, impossibilitando uma neutralidade perante o conflito, russo-ucraniano-americano, já que os EUA fizeram apelo à NATO, através do reaparecimento do espantalho da expansão russa sobre a Europa, equiparando Putin a um Hitler do século XXI.

Ora, ninguém me convence que os diversos serviços de informação de Washington desconhecessem o estado do armamento convencional russo, das suas incapacidades de mobilização e de produção de material bélico, daí que tenham sido os EUA a incentivar o actual conflito, cujo objectivo se centra estrategicamente em dois ou três pontos fulcrais: testar a fidelidade da NATO, enfraquecer o poder militar russo, desmascarar os interesses e apoios da China e, por fim, desmantelar economicamente a economia europeia, dando uma outra feição ao globalismo anterior.

No mínimo, equaciona-se já, em França, o estudo de uma estratégia de soberania em diversos domínios como consequência do actual estado do mundo. Em Portugal, são muito mais importantes as eleições na Madeira e o que se diz da moção de censura do Chega!

 

Neste pequeno apontamento, julgo ter deixado pistas elementares para os meus amigos perceberem como as deliberações da senhora Lagarde estão em alinhamento com os EUA e com os Estados motores da economia europeia, abandonando os países com fracas possibilidades económicas, o que faz dela uma declarada aliada de Washington e defensora de uma guerra que nos está a arrastar para a miséria.

13.09.23

Comparações castrenses


Luís Alves de Fraga

 

Dada a minha formação militar inicial (comecei aos treze anos a fazer continência e a marchar ao toque de caixa) tenho uma natural tendência a, em certas circunstâncias, reduzir as grandes questões políticas a modelos militares. Hoje, por causa da conversa com um velho amigo e camarada de há sessenta e oito anos, veio-me à cabeça esta ideia simplista: vamos comparar Portugal a um dos diferentes escalões em que se organizam as forças militares terrestres.

 

Comecemos por estabelecer os efectivos de cada escalão que nos interessa: um batalhão corresponde a três companhias e um regimento a quatro batalhões, sendo que cada companhia tem, em média cento e trinta homens, daí que um batalhão tem trezentos e noventa militares, donde, um regimento terá à volta de mil quinhentos e sessenta soldados, sargentos e praças. O comando de um regimento pertence a um coronel, o de um batalhão a um tenente-coronel e o de uma companhia a um capitão.

Todos os militares, nos diferentes escalões, têm a sua função bem definida, desde o simples praça ao coronel.

 

Imaginemos, agora, que neste hipotético regimento, o coronel começa a desejar ser major-general; se tal ocorrer, terá de ter generais de brigada ‒ pelo menos, dois ‒ e isso dará origem a que os majores e capitães reclamem maiores graduações, o mesmo acontecendo com os sargentos, chegando os cabos a exigir postos mais altos. Quer dizer, desregulámos por completo o regimento inicial e criámos uma bagunça reivindicativa e pouco ou nada funcional. E porquê? Tão-somente, porque houve alguém que fez a pressão necessária para beneficiar de um posto que não devia ter. O erro está no coronel que quis se major-general? Não! O erro está em quem cede às pressões e permite a desregulação do modelo, o mesmo é dizer que vivemos condicionados pelos grupos de lobistas que para impor os seus interesses são capazes de esquecer o mundo real para o transformar num caos.

Querem saber a razão dos maus funcionamentos políticos nacionais? Procurem os grupos de interesses e de pressão… Portugal é diminuto para tanto interesse e tanta ambição.

12.09.23

A árvore ou a floresta?


Luís Alves de Fraga

 

Hoje não estou virado para grandes dissertações; basta-me contar com a vossa capacidade dedutiva para chegar onde quero.

Qual é uma das formas de se desviar a atenção de um determinado assunto importante, sob todos os aspectos, de modo a que ninguém se interrogue sobre ele? Simples! Destacar desse assunto magnânimo um outro de muito menores dimensões e dar-lhe um volume tal que, só por si, obscureça o primeiro. É aquilo que o nosso povo diz: «ver a árvore e esquecer a floresta».

 

O actual grande problema do começo deste ano lectivo é a falta de alojamento ou a carestia do mesmo para os alunos que concorrem ao ensino superior seguido, muito de perto, pelo da fuga dos nossos melhores licenciados para o estrangeiro, concluindo-se, de imediato, que a culpa é do governo, pois não estabelece as condições que ponham fim a estes dois males. E pronto, ficamos por aqui!

A floresta será o governo?

 

Deixo à vossa preclara inteligência o desafio que conduz à verdadeira solução daquilo que se julga ser o problema. Por mim, nada mais adianto.