A libertação
Lula da Silva foi libertado.
Eu sei que muita gente me vai contestar, que me vão apelidar de coisas que não sou, nem professo, nem concordo. Mas, incontornável, é a libertação do antigo Presidente do Brasil.
Por favor, fez coisas boas e coisas más, não me digam que, mais uma vez, os tribunais, no Brasil, se enganaram e puseram em liberdade quem devia estar preso. Se ele é culpado ou não dos crimes de que foi acusado, eu não sei; mas, tudo indica, ele foi condenado e preso em função de uma tremenda trapaça do juiz e do sistema judicial brasileiro. Ou será que a trapaça está, agora, a ser feita?
Seja como for, algum valor e mérito deve ter Lula da Silva para que concite sobre si tanta admiração como tanto ódio. Só consegue isso quem fez coisas más ou tidas como tal, por alguns. Mas deve ter feito coisas de muito mérito para ter ainda tantos apoiantes. E, parece, foi no tempo de Lula da Silva que o Brasil deu alguns saltos em frente tanto na luta contra a pobreza como na luta contra o desemprego e, até, na economia nacional.
Corrupção?
Meus amigos, que venha o primeiro, na actualidade, e diga que no seu país isso não existe! Se Lula da Silva foi corrupto? Não sei. Mas o que é isso de corrupção na política? “Comprar” votos, como se fazia em certos países, no século passado, não é corrupção? E encomendar acções sub-reptícias nas redes sociais para impor votações nestes e noutros, não é corrupção? E, através de campanhas publicitárias bem organizadas, alienar até ao ponto de levar a votar neste ou naquele exactamente do mesmo modo como se compra um champô ou uns sapatos de certa marca, não é corrupção?
Então, meus caros, quando tudo e todos estivermos de mãos lavadas e limpas e purificadas, falemos de corrupção!
Não, não estou a fazer a defesa dos corruptos e da corrupção! Estou a dizer a velha frase popular portuguesa: «Ou há moral ou comem todos!».
Por tudo o que digo e por tudo o que calo, congratulo-me com a libertação de Lula da Silva.