Anda na “moda” a violência doméstica e, de quando em vez, fala-se “bravamente” da violência na escola. Na primeira, não vou deter-me, por agora, mas quero gastar algum tempo com a segunda.
Há três tipos de violência na escola: a dos estudantes entre si; a dos estudantes sobre os educadores ‒ professores e auxiliares; e dos educadores sobre os estudantes.
Curiosamente têm tratamentos diferenciados pelos diversos intervenientes e mais os órgãos de comunicação social. Ora vejamos.
O chamado “bullying” tem altos e baixos na comunicação social e, consequentemente, na atenção política que se dá ao assunto, porque estas coisas, como lhes chamei em cima, são coisas de modas… vão e voltam, mas sem grande seriedade, nem vontade de se resolverem de raiz.
Também, lá de quando em vez, ouve-se falar de um estudante que agrediu um professor, mas, rapidamente a coisa é esquecida, porque, hoje em dia, mau, mas mesmo muito mau, é um professor agredir uma “criancinha”!
Meus amigos, deixemo-nos de hipocrisias, de mariquices, de palermices e de outras coisas que a boa educação obriga a que cale em público e olhemos de frente para os jovens que temos na nossa sociedade.
A falta de respeito é generalizada. Perdeu-se, de todo e completamente, a ideia de que é em casa que se educa, porque na escola adquire-se instrução. Claro que, para educar em casa, é necessário que exista quem seja capaz de o fazer, porque os pais confundem instrução com educação e esperam que esta seja ministrada na escola, pelos professores, sem que exerçam qualquer tipo de autoridade violenta sobre as suas “deliciosas” criancinhas.
Não advogo a tareia como forma de educar, mas aceito que, às vezes, são necessários um “safanão”, um puxão de orelhas e um grito, alto e sonoro, acompanhado de um castigo mais pesado do que a simples “falta por indisciplina”. Mas, nada disto é possível quando os pais defendem a falta de educação para com aquele que, esperam, seja educador; quando os pais promovem e aceitam que os filhos se comportem sem regras em casa e na escola, na rua e nos estabelecimentos públicos, nos transportes colectivos ou em bandos arruaceiros.
Há meses, numa pastelaria perto de uma escola, entrou um gaiato de onze ou doze anos e disse, dirigindo-se ao funcionário:
‒ Pode dar-me um copo de água?
Este respondeu:
‒ Poder posso, mas não to dou enquanto não ouvir o pedido bem feito.
O menino repetiu:
‒ Pode dar-me um copo de água, se faz favor?
Foi prontamente servido pelo empregado.
ISTO APRENDE-SE EM CASA e não na escola nem no café! Tal como se aprende em casa que o telemóvel não se usa na sala de aula e, muito menos, depois de o professor ter mandado guardar o aparelho. É que, se há pais que perdem a paciência, em casa ou na rua, quando têm dois ou três filhos, que se comportam mal, imagine-se que qualidade de sistema nervoso tem de ter um professor para aturar três ou quatro turmas de alunos, compostas por vinte ou vinte e cinco jovenzinhos cada uma, durante um dia inteiro!
E um tipo, perde a paciência com a má educação de um cachopo e dá-lhe uma “caldaça” e cai sob a alçada da estupidez de uns pais que não educam, de um director de escola que não se assume como responsável e um Ministério Público que, por MERDAS, age com rigor e move célere um processo contra um professor já cansado de aturar maltosa que não vem para aprender, mas para se mostrar arrogante.
E dizem que há violência na escola! Claro que há, mas ela parte, cada vez mais, dos alunos e dos encarregados de EDUCAÇÃO dos alunos.