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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

23.06.19

Museu Militar de Lisboa


Luís Alves de Fraga

 

Ontem voltei, uma vez mais, entre duas dezenas, ao Museu Militar de Lisboa, em particular à sala reservada à Grande Guerra.

Recordo-me de, em garoto, visitar o mesmo espaço e aquilo ser, realmente, um repositório bem organizado de artefactos e fotografias relacionados com a nossa participação na Grande Guerra. Talvez um pouco cheio, mas, agora, em oposição, está demasiado nu.

 

Olhando com atenção o material exposto, não se percebe o que foi o esforço nacional em França, Angola e Moçambique. Uma pobreza franciscana.

Exageradamente, duas peças de artilharia 7,5, uma metralhadora ligeira Lewis, uma metralhadora pesada Vickers, um manequim fardado, e com o célebre pelico alentejano para enfrentar o frio, e pouco mais, em vitrinas quase vazias. Em excesso estão as espadas de generais, as condecorações. A sala vale muito pelos imensos quadros de Sousa Lopes, de um realismo impressionante e por uma pequena escultura metálica representando a bravura de colocar em bateria, de baixo de fogo, uma peça 7,5 puxada por muares.

 

Cem anos depois do esforço político e militar da beligerância portuguesa no grande conflito mundial de 1914-1918 são as autoridades nacionais que apoucam o esforço dos nossos “serranos” em França e nas colónias de Angola e de Moçambique. Pelo menos, até ao começo da década de 60 do século passado, ainda havia memória museológica do empenhamento no conflito, mas, parece, a guerra colonial, à boa maneira fascista, veio “apagar” a História republicana da beligerância portuguesa e, sem darem por isso, os responsáveis de agora continuam essa desmemória, que não nos dignifica.

 

É tempo de fazer alguma coisa.

Museu Militar sala Grande Guerra.jpg

(Fotografia retirada da Internet, crédito do "Adriano´s Blog")