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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

21.04.19

O dinheiro e a vigarice


Luís Alves de Fraga

 

De facto, estranhei, quando foi divulgado, que o vice-presidente do sindicato dos motoristas de veículos transportadores de materiais perigosos era um advogado, se fosse simples conselheiro jurídico, ainda vá lá!

 

O homem, parece, tem perfil de vigarista. Não digo que seja, mas corre a notícia, confirmando essa sua “qualidade” pouco edificante para os motoristas, para o sindicato e, acima de tudo, para ele. Mas, cada um faz do seu presente e futuro aquilo que entende!

 

O facto de ser jurista chamou, de imediato, a atenção pública para qualquer coisa errada naquele recente sindicato. Normalmente, estas associações laborais socorrem-se dos serviços dos entendidos em leis para defender quem incorreu em qualquer falta ou para receber conselho avisado e cauteloso sobre acções a desenvolver. O advogado, quase sempre, é uma eminência parda por trás dos dirigentes sindicais. Este, o dr. Pardal, mais do que pardo, virou brilhante na causa dos camionistas!

 

Não estou a condenar as reivindicações destes profissionais do volante; nunca o faria, partindo do princípio da sua justiça. O que condenei e condeno é o momento para dar largas à exigência. Por que não reclamaram em tempos do governo Passos Coelho? Ou há dois anos? Ou há um ano? Certamente, as más condições de vida não surgiram nesta legislatura! A minha crítica vai para as reivindicações surgirem a pouco tempo de eleições, de virem encadeadas numa série de outras apresentadas por outros sindicatos desarticulados das estruturas sindicais do país. É de todo este conjunto de oportunos “acasos” que eu discordo.

 

Depois, as reivindicações apresentadas são estranhamente desconexas, porque, se nos basearmos no salário declarado para efeitos de Segurança Social, verifico razões para concordar com a greve; mas, olhando para a totalidade média dos pagamentos mensais efectivos, acho-os bastante significativos e compensadores se comparados com os de outras profissões para as quais são precisas habilitações muito mais complexas. Mais espanto me causa o elenco de “responsabilidades” apresentado como justificação da greve, pois parece que o necessário para fazer distribuição de combustíveis, para além de uma cautela especial na condução, se situa no saber como proceder ao enchimento de depósitos com os cuidados de quem manuseia matérias incendiáveis e explosivas. Quanto teria de ganhar um militar, que todos os dias trabalha com armas, munições, explosivos e disponibiliza a vida, sem direito a horas extraordinárias, a greves, a reivindicações, a sindicatos, a inscrição em partidos políticos, a local de trabalho fixo ou a condições geográficas ou climatéricas?

 

Criticáveis são todos os governos que não estudaram, nem mandaram estudar, as condições e medidas indispensáveis para fazer face a situações de catástrofe ou de ruptura da segurança e da defesa nacional. Criticável será o imobilismo dos actuais governantes se, face ao que aconteceu, não tomarem imediatas medidas cautelares para assegurarem a existência de stocks estratégicos de todos os materiais indispensáveis à vida nacional durante um tempo razoável sem afectar o normal desenrolar do dia-a-dia. Essa é a minha maior preocupação, depois desta greve onde se exibiram exigências consideráveis, ou não, e que teve na ribalta um advogado, segundo consta, vigarista.