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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

30.04.18

Coreias, China e EUA


Luís Alves de Fraga

 

Há dois meses o mundo temia uma guerra entre os EUA e a Coreia do Norte, tal era agressivo o discurso dos líderes de ambos os Estados. Agora, parece, a paz e a tranquilidade reinam entre os três chefes políticos da região: Coreia do Norte, Coreia do Sul e EUA.

Como se pode explicar tal mudança tão brusca? Não passou tudo de uma mera encenação onde pontificou o bluff?

 

Não sou especialista em relações internacionais, nem tenho desejo de o ser, mas, fui e continuo a ser um estudante de Geopolítica e vou buscar a esta disciplina das Ciências Políticas as bases para fazer certas afirmações.

 

A China pretende liderar, regionalmente, parte ou, se possível, a totalidade da navegação do Pacífico, porque vive de exportações. A Coreia do Norte, com o programa nuclear anunciado, veio gerar instabilidade na região e, de alguma forma, afrontar os EUA.

Ora, em Washington sabe-se muito bem que internamente se vive, em grande parte da sua economia vulgar (objectos e produtos de consumo corrente) de importações, muitas delas vindas do Oriente. Em face de uma ameaça norte-coreana, dois grande Estados exportadores e importadores – China e EUA – iam perder e ver corroído o seu comércio. Assim, terá sido fácil pelos canais diplomáticos não visíveis, fazer chegar a Pequim a indicação de que a China devia “meter na ordem” a Coreia do Norte, porque havia convergência de interesses.

 

E o que terá levado o irrequieto líder norte-coreano a aceitar tão prontamente a “imposição” chinesa? Julgo, a ameaça de não auxílio por parte de Pequim em caso de conflito aberto ou disfarçado com os EUA. Todavia, há que levar em conta que estamos perante dois Estados separados e que, se unidos, ganharão grande relevo regional: a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Só esse facto é determinante para os líderes de ambos os Estados estarem interessados numa paz e numa união, mas, pondo em causa uma das lideranças, assim, antagonicamente, a paz passa a ser um absurdo.

 

Desta maneira, posso – se calhar, erradamente – concluir que o presente apaziguamento norte-coreano é só aparente e temporário, porque a península coreana, vai continuar a ser um polo de conflito no Oriente. A modificação só se operará quando, na Coreia do Norte, houver um golpe militar ou popular com apoio militar capaz de fazer mudar o regime político que por lá impera.

Creio que tal não acontecerá nos cinco ou dez anos mais próximos, porque só uma mudança na China arrastará a uma mudança na Coreia do Norte. No entanto, uma outra pergunta se levanta:
- E qual o papel do Japão no meio disso tudo?
Bom, esta pergunta terá resposta um dia destes, se voltar ao assunto. É que a "coisa", vista sob esse ângulo, complica-se muito!

 

02.04.18

Economia


Luís Alves de Fraga

 

Não quero pensar que sou só eu a dar conta do que vos vou dizer. Julgo, basta alguém dizer e todos vão confirmar. Então, aí vai.

O custo da vida está a crescer sem quase darmos por isso, mas aumenta de dia para dia. A economia nacional pode estar muito boa e de saúde recomendável, mas a do cidadão comum, que vive de rendimentos fixos, está a ficar doente.

A explicação é fácil.

 

A carga fiscal indirecta está a aumentar. Os produtos essenciais para a vida comum estão mais caros, porque custam mais caro no produtor, mas, também, porque sobre eles há taxas fiscais para compensar a descida dos impostos directos.

Tudo isto é uma forma disfarçada de manter alguma austeridade, para conseguir reduzir o déficit e manter o orçamento equilibrado dentro das exigências de Bruxelas.

Em economia não há milagres!

 

O único milagre que poderia haver em Portugal de modo a darmos um salto em frente seria aumentar o investimento de uma maneira estrondosa, mas, ao mesmo tempo, fazendo crescer a capacidade de consumo do cidadão comum. E, também, ao mesmo tempo, crescer a capacidade de endividamento sustentável das famílias.

Isto era o milagre!

 

Quando entrámos para a CEE houve qualquer coisa de semelhante ao “milagre”, que se chamou “fundos perdidos”. O dinheiro escorria para o mercado interno de uma forma incrível, o consumo subiu disparatadamente, este passou a ser o melhor dos mundos, mas faltou quem dissesse bem alto:

⸺ Isto vai acabar! Não consumam, invistam em actividades produtivas.

A agricultura definhou porque a CEE pagou para definhar, as pescas decaíram, porque a CEE pagou para se deixar de pescar com uma frota que não nos envergonhava, certas indústrias foram pagas para deixar de fabricar, permitiu-se o compadrio para ganhar dinheiro fácil em actividades de duvidoso interesse imediato ou mesmo mediato.

 

Ainda por aí existem vivendas que foram mandadas fazer com dinheiro resultante de “formações” e “formadores” que não formavam nada! Embolsavam os subsídios e gastavam-no em seu proveito. Resta-me saber se os filhos desses “empresários” têm profissões com rendimentos capazes de pagar o IMI dessas vivendas e mantê-las bem conservadas!

Quem conhece a Avenida Gago Coutinho, em Lisboa, sabe do que falo, pois, essas vivendas luxuosas, feitas durante e no final da 2.ª Guerra Mundial, também resultaram das fortunas dos “novos-ricos” cujos descendentes não tiveram capacidade para manter o património!

 

Nós temos uma especial apetência para investir no que não rende nem se reproduz. Em vez de consolidar as fortunas, nós gastamo-las em algo que marque “estatuto” de momento sem pensarmos no futuro.

 

Precisamos de mudar. Essa mudança, também não se faz por milagre!

Há que educar as pessoas e mostrar-lhes o que é mais conveniente para elas.