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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

24.05.17

Meninos, jovens e adultos


Luís Alves de Fraga

 

A propósito do atentado de Manchester, ouvi, na rádio, referir-se que um "menino" de 16 anos tinha morrido ou estava ferido. Isso despertou-me o desejo de escrever este apontamento.

 

Vamos lá ver se nos entendemos, porque, parece-me, andamos todos um pouco desentendidos com a vida e os vocábulos.

 

Está aceite, em quase todo o mundo, que a maioridade, ou seja, a idade em que se é maior, adulto e responsável, se atinge aos 18 anos.

Então, "menino" terá de ser alguém que está longe dessa idade! "Menino" não pode ser um matulão que vai para bares, se droga, bebe álcool até cair para o lado, já sabe muito bem fornicar, sabe como usar "camisinha", já se acha no direito de reivindicar direitos e de ser tratado como "gente". Menino é alguém que está ainda bastante longe dos contornos anteriores!

Menino não sai à noite, não bebe álcool, ainda anda a descobrir o sexo, ainda não reivindica mais do que meros direitos estabelecidos pelos pais e pela escola. Menino é mesmo menino! Menino não está em idade próxima de ser cidadão pleno.

 

Mas, o que é que há entre menino e adulto?

Pois, há um estádio que se deve designar por jovem! Contudo, em Portugal, houve uns "inteligentes" que inventaram o "cartão jovem" para gente que tem mais de 18 anos!

E, chegado aqui, cai-me o verniz, e apetece-me ser mal-educado! Todavia, não vou deixar escrita toda a panóplia de palavrões que me vêm à cabeça... imaginem-nos, porque tenho um rol que não acaba!

 

A minha ira centra-se no facto de verificar (basta uma consulta à Wikipédia) que "jovem" pode ser o sacana que tem 29 anos de idade! Jovem uma gaita! Um sacripanta, que há mais de dez anos pode votar como eu, é ainda um jovem?! Ele é, sem sombra de dúvida, um adulto!

 

Como é que se pode gerir esta geringonça (verdadeira geringonça!) de se dar direitos de adulto a um tipo com 18 anos de idade e, depois, dizer que ele é jovem até aos 29?

Ele pode ser um jovem adulto, mas nunca só e somente jovem!

E é aqui, na linguagem que se estabelece a confusão: jovem como substantivo e jovem como adjectivo!

Pode adjectivar-se a qualidade de adulto - jovem, velho, de meia-idade - mas não se deve substantivar o que é somente adjectivável!

 

O mundo anda todo às avessas, em certos aspectos, por causa desta confusão!

Quando é que se põe ordem nesta coisa, começando pela Assembleia Geral da ONU?

20.05.17

Choque


Luís Alves de Fraga

 

Há várias coisas que me chocaram e me chocam na Vida, mas aquela que me traz hoje a escrever é a corrupção ou, se se preferir, a falta de Ética dos tempos que correm.

 

Sei que a minha idade me leva a medir os tempos por paradigmas diferentes dos actuais — até, se calhar, porque não mudaram os tempos, mas mudei eu! — contudo, os indícios escritos, os rastos nos jornais, rádios e televisões são evidentes.

A corrupção sempre existiu, mas não tão descaradamente exposta e vivida como no presente.

 

Será, talvez, melhor eu colocar a questão doutro modo:

A falta de ética comportamental nos diferentes domínios da sociedade actual — não só a portuguesa, mas a de todo o mundo — é abismal.

Rouba-se, suborna-se, mente-se, omite-se, conspurca-se, vexa-se, incumpre-se com a maior das facilidades. E, até, se necessário for, invoca-se a democracia para dar cobertura a toda a ausência de ética.

 

Para mim — e só para mim — há um acontecimento histórico que, parece-me, justifica esta lenta, mas segura mudança comportamental da sociedade internacional: o desaparecimento do Bloco de Leste com o seu comunismo ou socialismo.

 

Do lado de lá da "cortina de ferro" podiam ocorrer horrores de toda a ordem - e ocorreram -, contudo, a existência daquela ameaça sobre o mundo capitalista obrigava à manutenção de, pelo menos na aparência, uma ética por onde não pudesse penetrar a propaganda comunista. O fim do "medo comunista" abriu a porta a todos os desvarios, a todas as más condutas, já existentes, mas convenientemente escondidas e manobradas com grandes cautelas.

O "fim" do comunismo foi a "libertação" do mau comportamento de toda a gente, porque o fenómeno é contagioso.

07.05.17

França


Luís Alves de Fraga

 

Pronto, o pano caiu e o espectáculo terminou. Vamos só retirar algumas conclusões essenciais constitutivas da estrutura de tudo o que se passou.

 

Os partidos estão a ruir um pouco por todo o lado e também em França. Cada vez mais a democracia é uma caricatura do que pretendeu ser no século XIX e foi, em algumas circunstâncias, no século XX. O que prevalece é a importância da finança anónima, indomável, corrupta e global. Assim, o projecto europeu, porque fundamentado na ideia ultrapassada de democracia, está a correr para o colapso ou para uma solução de apagamento de soberanias.

 

Mas o fenómeno não é só visível na Europa. Ele acontece um pouco por todo o mundo. A corrupção político-financeira é uma verdade que se está a instalar nos nossos dias.

 

A França vai ser o "balão de ensaio" nos próximos cinco anos. Por acção dela, provavelmente, os nacionalismos vão reacender-se na busca de conseguir o retrocesso da globalização, através do renascimento dos "capitalismos nacionais".

Estão a reunir-se as condições para se redefinir-se o quadro do conflito entre capitalismos, que levou à Grande Guerra. A China está a formar a primeira linha desse novo quadro. Os EUA estão a procurar alinhar nessa reconfiguração político-financeira. Fazem-lhe companhia a Grã-Bretanha com o Brexit. Perfila-se a Turquia como potência chegada ao radicalismo de direita. A Rússia mantém-se firme no desejo de ser potência continental e marítima.

 

Falta pôr fim ao comércio de armas, que alimenta pequenos conflitos regionais, deixando que haja concentração de "material explosivo" numa só região da Terra. Esse será o ponto por onde estalarão as hostilidades militares, se se caminhar para uma terceira guerra mundial.

 

Não é nem um acaso nem um fatalismo histórico a França estar no centro dos grandes conflitos; resulta somente de ser um elemento de diferenças culturais no meio geográfico de outras tantas, tão fortes no plano económico e militar como ela.

 

Será que Emmanuel (curioso este nome bíblico) Macron, Presidente da República francesa, na sua juventude, terá alguma similitude com Napoleão Bonaparte, por acaso também casado com uma mulher bem mais velha do que ele?

 

Não me julguem nem louco, nem adivinhador, nem profeta de desgraças. Sou somente um tipo que alinha dúvidas e as escreve.