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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

27.09.09

ADM e ADSE ou os "benefícios" dos militares


Luís Alves de Fraga

Imagem retirada, com a devida vénia, do blog «Aguarrem esses Burros»

 
Os Portugueses estão hoje a escolher a melhor solução, no seu entender, de Governo do nosso País. Há quatro anos e meio optaram por José Sócrates e por uma maioria absoluta. Tinham apanhado um “susto” com Santana Lopes e outro com a “fuga” de Durão Barroso. Pensaram que um Governo de estabilidade iria permitir relançar o consumo, a economia, equilibrar o deficit, aumentar o emprego, melhorar as condições de vida dos trabalhadores e dos pensionistas. Não foram precisos muitos meses de governação para começarem a perceber que os tempos iam ser de “aperto”; um “aperto” que não se compreendia, estando nós “amarrados” ao “comboio” da Europa.
 
Para garantir uma obediência absoluta, da parte de todos os trabalhadores portugueses, às novas regras de “aperto” um dos primeiros grupos sócio-profissionais a ser penalizado foi o militar. “Atacou-se” no que lhes dava uma boa cobertura sanitária e financeira: o apoio na doença. “Atacou-se” destruindo a Assistência na Doença.
Cada Ramo das Forças Armadas tinha o seu respectivo subsistema de saúde; o Governo determinou a unificação e uma aproximação ao subsistema dos servidores do Estado (ADSE). A entidade a quem foi atribuída a reorganização e gestão do sistema — IASFA — nunca mais conseguiu acertar o passo, nem pelo pior dos ritmos anteriores nem com o da dita ADSE.
 
Para que não seja tomada como mera crítica sem fundamento o que acabo de dizer, reproduzo, de seguida, o texto de uma mensagem recebida via Internet, da responsabilidade do TCor. Piçarra Chaves:
 
«Aqui vai mais uma situação real para o vale de lágrimas.
A minha mulher foi hoje à Clínica de Santo António, em Sacavém, fazer um exame, chamado Densitometria, ao abrigo de acordo com a ADM.
Aquando da inscrição, a empregada que a atendeu disse-lhe que tinha que pagar € 9,90.
Quando a minha mulher puxou da carteira para pagar a empregada pediu-lhe desculpa e disse-lhe que afinal tinha que pagar € 19,96 pois o valor de 9,90 era para a ADSE e não para a ADM.
À consideração superior e divulgue à vontade.
Chaves»
 
Fica aqui a denúncia pública para que quem tem a responsabilidade de solucionar situações desta natureza a assuma e corrija para benefício de todos os militares e respectivas famílias.
 
E, porque vem a propósito, em jeito de conclusão, aqui fica também uma estória verídica e que me ocorre à memória em certas circunstâncias.
 
Há muitos anos, contou-me um velho coronel de Administração Aeronáutica, cuja carreira militar havia começado no Exército, que um comandante de um regimento de Artilharia onde ele havia sido chefe de contabilidade, face à informação de impossibilidade legal de fazer certa despesa, lhe disse esta frase simples e, se calhar, muito verdadeira: — O pior dos males não é o Salazar, mas os “salazarinhos”!
Transpondo-a para a actualidade, poderia dizer: — Os piores dos males não são as decisões do Governo de Sócrates, mas a incompetência e a inércia dos “socratinhos”! Eles começam nos gabinetes ministeriais e chegam até às secretárias dos insignificantes seguranças!
11.09.09

Mais um aniversário


Luís Alves de Fraga

 

 
No dia 30 de Agosto — estava eu fora de Lisboa no gozo de umas curtas férias — passou o quarto aniversário da publicação continuada do «Fio de Prumo».
Não vou fazer uma análise do que foi mais este ano, até porque, devido a razões profissionais ligadas à minha actividade académica, não fui muito assíduo na colocação de crónicas neste blog. Realmente, não passaram de trinta e duas as postagens que deixei à crítica dos meus leitores.
O «Fio de Prumo» já conta com 254 crónicas que mereceram, desde 30 de Agosto de 2005 até agora, 1783 comentários. Ao relê-las vejo que tenho material suficiente para publicar dois livros de assuntos diferentes: um, sobre questões de ética e vida militar; outro, do âmbito da política nacional. Julgo que, no círculo dos meus leitores, tenho ajudado a provar que a Democracia pode ser um instrumento vivo e actuante, pois, ao escrever para a blogosfera, espero sempre contribuir com uma visão e uma interpretação pessoais dos diferentes temas de modo a despertar consciências, a avivar debates, a formar opiniões.
Nada prometo a todos os que visitam este sítio quanto a assiduidade de publicação, mas, neste momento, deixo-vos a minha profunda angústia quanto ao futuro de Portugal, ao futuro de todos nós e, até, quanto ao futuro da Democracia tal como vem sendo praticada, já que, ainda bem recentemente, um político responsável por um dos partidos candidato à governação, fazia a descarada apologia da democracia madeirense como exemplo de liberdade. Angustia-me o futuro dos meus filhos e dos meus netos, pois auguro-o bem mais negro do que foi a minha vida… E eu nasci em tempo de grandes restrições, vivi a minha infância e adolescência no pós-guerra mundial, estive presente duas vezes no teatro de guerra moçambicano e passei pelas crises pós-25 de Abril de 1974! Nada disto foi superior ao negrume que se avizinha para Portugal! Somos pobres e não sabemos comportarmo-nos como tal ou ultrapassar o patamar do infortúnio colectivo.
 
O «Fio de Prumo», fiel à verticalidade que as leis da Natureza lhe impõem, vai continuar enquanto as forças e o tempo não me alquebrarem.