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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

12.12.15

Marcelo


Luís Alves de Fraga

 

Aproximam-se as eleições presidenciais e tenho de começar a definir o perfil do candidato em quem vou votar e, o primeiro que me salta à vista para ser "vítima" desse estudo tão isento quanto possível, é Marcelo Rebelo de Sousa. O inefável Marcelo que deliciava metade da população de Portugal na televisão com as suas "análises" "palpitantes" (porque, em quase cinquenta por cento dos casos, não passavam de "palpites" com tanto valor como os dos comentadores desportivos... que ele também era!).

Quem é Marcelo Rebelo de Sousa? É preciso começar por aí!

 

Marcelo foi um protegido do fascismo português. Cresceu dentro dos meios sociais e políticos que serviam de esteio ao Estado Novo, a Salazar e, depois, ao seu quase padrinho de baptismo, Marcelo Caetano, o ditador "lógico" e "popular". Era um predestinado a "ser alguém" na ditadura ou fora dela, mas sempre nos meios conservadores. Mas Marcelo foi - é, ainda - um "enfant terrible", por ter percebido ser o irrequietismo a mais simpática forma de estar "na crista da onda" e, ainda por cima, a "comandar" ou, no mínimo, "influenciar" o seu movimento.

 

Marcelo é inteligente, mas, mais do que tudo, é esperto, vivo, bem falante, simpático e, aparentemente, quase humano, isto é, quase acessível à "humanidade" comum a cada um de nós. Ele "anda lá por cima", contudo, parece "andar cá por baixo" nos mesmos planos onde todos nos movimentamos. Soube "deíficar-se" e "desce ao povoado" quando lhe convém! É um "pavão" carregado de grande e bonita plumagem capaz de impressionar estes miserandos "fraganotes" com penas "raquíticas" e descoloridas, que somos todos nós.

 

O Marcelo jornalista era o "menino" que forjava "factos políticos" para gerar instabilidades... Construía e destruía "conspirações" só pelo prazer de ver os condutores da "coisa pública" a "desculparem-se", a "justificarem-se" do que não tinham feito, mas poderiam ter feito se o Marcelo tivesse razão! O Marcelo jornalista "brincou" com todos nós!

 

O Marcelo político foi demagogo, quando se candidatou à Câmara Municipal de Lisboa: atirou-se ao rio para nadar nas águas poluídas. Era ainda um Marcelo cheio de vigor juvenil sabedor da parolice eleitoral. Mas o Marcelo "cresceu" e tornou-se comentador televisivo de tudo e mais alguma coisa!

 

É este Marcelo que Portugal inteiro conhece. E ao conhecê-lo na sua simpatia, na sua agilidade mental, na sua capacidade interpretativa, no seu "contorcionismo" argumentativo, Marcelo tornou-se "um de nós" que nos fazia companhia, ao domingo à noite, mostrando dezenas de livros como quem mostra cartões coloridos e sobre os quais nada diz para além de banalidades; falando dos actos do Governo, criticando, alertando, explicando... dando opiniões, até, sobre futebol. E dando notas, como qualquer professor que se preza, a este e àquele personagem e a este e àquele acontecimento. Mas, tudo aquilo era cenário, era diversão, era "conversa fiada" para "boi dormir", no dizer dos Brasileiros. Marcelo queria visibilidade, popularidade.

 

Marcelo é daqueles tipos que faz tudo para estar permanentemente na "ribalta da vida", como "actor principal", a receber aplausos pelo desempenho de um "papel" sem conteúdo, mas "lustroso" e "brilhante". Marcelo depende da "admiração" de todos, de uma "corte", podendo ser de alunos, de papalvos, de espertos como ele ou de políticos medíocres. Marcelo não toma banho de água para se lavar! Essa serve para lhe tirar a sujidade do corpo... Ele toma banho de "admirações" e nada sobre as cabeças dos "admiradores". Esse é o "banho" vivificante que lhe "lava" a alma e lha dá forças para continuar a pantomima de todos os dias. Marcelo tem um ego imenso! Uma vaidade incomensurável. Um sentido de superioridade a estalar e a escorrer de cada ruga do sorriso constante.

 

Não é um Presidente da República assim que eu quero para mim e para os meus concidadãos. Marcelo seria, como Presidente, o "positivo" do "negativo" Cavaco Silva! Com ele em Belém saímos do "mundo das trevas e da hesitação malévola" para o "mundo das luzes e das decisões malévolas". E tudo porque, tanto Cavaco Silva como Marcelo Rebelo de Sousa, são medíocres, só variando a aparência e o modo de se expressarem; um, veio do Poço de Boliqueime (lugar desconhecido algures no Algarve), sem cultura erudita, sem maneiras e sem "berço"; o outro veio de Lisboa (Cascais), com uma aparente cultura erudita, com maneiras e requintes de salão, com "berço" bem fincado no solo fascista; ambos têm dentro de si o ferrete do salazarismo, todavia, um não disfarça e o outro disfarça e muito bem. Ambos são professores, mas um não se sabe que tenha ensinado alguma coisa de jeito e o outro ensina catrefadas de juristas todos os anos.

Por tudo isto e por muito mais que não cabe nesta análise, Marcelo não é, de certeza, o meu candidato a Belém.

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