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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

17.05.18

A ONU ou o "abcesso de fixação"


Luís Alves de Fraga

 

Permitam-me, para os que não sabem, definir “abcesso de fixação”: “abcesso provocado com uma injecção de substâncias irritantes com a intenção de tratar processos infecciosos.” No passado, usava-se este sistema “curativo” para gerar uma infecção que iria, supunha-se, aliviar uma outra infecção generalizada. O termo ficou e utiliza-se, agora, bastante na política, em especial, política internacional.

 

A ONU, tal como a pretérita Sociedade da Nações (SDN), foi criada à sombra da ideia do “abcesso de fixação”, porque, polarizando as discussões internacionais na sua sede, resolviam-se os conflitos no resto do mundo, evitando a guerra generalizada. Isto foi verdade até à implosão da URSS, porque as forças decisoras eram bipolares. Com o desaparecimento do “bloco de Leste” houve uma multi-polarização dos poderes decisores a nível global. A ONU foi ultrapassada, embora, algumas das suas agências sejam indispensáveis dada a especialização a que chegaram. Mas o Conselho de Segurança, esse, está completamente fora do tempo actual. E, para provar a minha afirmação, basta pensar que dois dos “grandes” – Reino Unido e França – estiveram (estão ainda) dentro de uma outra realidade política chamada União Europeia (em que ficamos? Falam por si ou pela UE?).

 

Então, a ONU já não é mais o “abcesso de fixação”, porque se limita a servir de espaço de “diálogo de corredor” para alguns dos desentendimentos entre Estados… mas não todos! A prova provada disto mesmo é a recente decisão de mudança da embaixada dos EUA para Israel acompanhada das de Estados sul-americanos. Se a ONU e o Secretário-Geral tivessem força nada disto acontecia, pois ter-se-iam movido os diplomatas acreditados na instituição para evitar o acender de um fogo, que pode conduzir a uma guerra localizada, mas de consequências generalizadas.

 

O mundo está diferente desde 1945-48 até hoje. A queda do muro de Berlim, mais do que a passagem de século e de milénio, definiu um outro modo de vida, quase de certeza, pior do que o anterior. A bipolarização era um factor de paz global, ainda que permitisse confrontos regionais de pequena grandeza, funcionando, eles também, como “abcessos de fixação”. O mundo actual é instável a todos os momentos.

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