A cimeira do nada
Todo o mundo, ou quase, está centrado no resultado da cimeira entre o Presidente dos EUA e o da Coreia do Norte. Parece ser comummente aceite que o acordo é um mero documento cheio de intenções sem nada de concreto e palpável.
Parece terem saído a ganhar deste encontro de alto nível os dois Presidentes e mais o da Coreia do Sul. Parece, digo eu e dizem-no alguns comentadores atentos, mas há algo que, também, parece ter passado despercebido a observadores nacionais e estrangeiros, pelo menos, desde já: a estratégia da China. A Coreia do Norte é o peão no grande tabuleiro onde joga a China.
Sendo, de alguma forma, errática a estratégia dos EUA não o é a da China e é esta quem está a jogar com Trump sem que ele tome perfeita consciência desse facto.
O que é que quer a China no meio de tudo isto? Ultrapassar, no Pacífico, os EUA? Posicionar-se como a grande potência mundial, arrumando os EUA para o continente americano?
São perguntas para as quais, parece, não haver resposta imediata. Todavia, são perguntas pertinentes, que, levando em conta o comportamento internacional recente de Trump, podem definir a brecha por onde está a entrar a China, uma China em penetração na União Europeia, dominando já uma boa parte da dívida externa americana.
Kim Jong-un foi hoje o peão da China?
O tempo o dirá.