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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

06.02.10

As Forças Armadas e a Ética


Luís Alves de Fraga

 

 
Li ontem, atentamente, várias páginas do semanário Sol sobre as escutas telefónicas que envolvem figuras conhecidas dos meios políticos e de empresas que movimentam grandes somas de capitais. Cheguei ao final com uma verdadeira sensação de nojo. O nojo que se tem perante algo repugnante, porque, de facto, são repugnantes todas as jogadas que se fizeram para conseguir calar opiniões que pouco abonavam a favor do Governo.
 
Os velhos e eternos valores da verdade, da dignidade, da frontalidade, do serviço público, do sacrifício pessoal, do desinteresse, da coragem não fazem parte das mentes dos intervenientes daquele jogo sujo que o semanário em questão deixa exposto para todos lerem. Tudo neles é mesquinho, reles e insignificante. Fica posta a nu a incompetência e a imoralidade dessa gente. E trata-se de gente que já passou por cadeiras da grande sala do Poder. É gente que quis governar este país numa maior ou menor quota-parte, usando o seu quinhão de influência para, afinal, se governarem. A sua ideia de serviço não corresponde àquela que aos militares é incutida, é ensinada e é treinada no dia-a-dia da vida da unidade. E note o leitor o sentido ético que se atribui ao aquartelamento onde os militares vivem e se aprontam para o cumprimento das suas obrigações: unidade! Unidade, porque é isso que ali se inculca nos homens e mulheres: união que vai para além de todos os interesses pessoais, que vai para além dos egoísmos, união que se plasma no uniforme — outro indício que gera e explica a unidade, pois obriga a uma única forma, a uma única maneira de aparecer perante a sociedade civil.
Note o leitor o contraste entre o comportamento dos militares e o dos civis que se querem arvorar em gestores da sociedade nacional, que desejam ser uma classe política. Os primeiros optam por livremente seguir uma carreira de riscos, mal remunerada — porque, como dizia Mouzinho de Albuquerque, não há remuneração que pague a disposição para o sacrifício da própria vida — socialmente bastante incompreendida em tempo de paz, com uma progressão difícil e sujeita a avaliações constantes e, acima de tudo, exigente em treinos que garantam a eficiência máxima se e quando for necessário; os segundos, jogando com compadrios vários, à revelia de competência efectiva, sem terem de dar maiores provas do que as que passam pela obediência às vontades e jogos de uma clique partidária, propõem-se governar a Nação, ou seja, governar o que é o património material, moral, histórico e cultural de todos nós. Qual é a escola que estes frequentam? Quais os princípios éticos que devem cumprir? Perante que código deontológico respondem quando falham?
 
Caros leitores, a distância que separa os militares da canalhada política é imensa, abismal, infindável. Por isso, e cada vez mais, se deve, dentro dos quartéis, cultivar os parâmetros do comportamento castrense, ensinando-os tanto às praças como aos oficiais, exigindo de todos um rigoroso cumprimento das normas deontológicas que pautam a actividade dos militares, porque — e é importante que isto não seja esquecido — as Forças Armadas são o reservatório moral da Nação, pois, quando tudo estiver em ruína na sociedade civil, terá de restar intacto o valor ético das Forças Armadas e delas renascerá, sempre mais forte e mais digno, o vigor desta Pátria velha de séculos, desta Pátria que se não encolhe envergonhada perante o juízo da História que tem condenado e vai condenar os políticos que não souberam preservar e transmitir um património que as Forças Armadas lhes entregaram há mais de trinta anos para gerirem, servindo todos e, em especial, os mais desfavorecidos. Neste momento, as Forças Armadas têm de estar moralmente sãs e preparadas, e isso é incumbência indeclinável dos Chefes militares.

6 comentários

  • Sem imagem de perfil

    Lili da Costa

    09.02.10

    No entanto,é bom que não se esqueça que nada é absoluto; tudo é relativo. Embora num contexto diferente (Ditadura versus Democracia) dá a sensação, no entanto, que aqueles Valores se vão esbatendo à medida que se caminha das estrelas de Cadete para as de General...

    É bonito, mas não é verdade.

    Basta lembrarmo-nos dos jovens Militares que conceberam e concretizaram Abril, e, em contraponto (alguns dias antes) a abjecta e servil Brigada do Reumático.

    Mas quais jovens militares ?
    Nenhum deles era jovem.
    Brigada do Reumático?
    Reumáticos e Comatosos eram os todos.

    Vem agora contar-nos a da carochinha mais os 7 anões.
    Trancoso, você é mesmo giro.
    Amigalhaço, diga-nos o que foi o seu activo nas Foeças Armadas.
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    António Trancoso

    10.02.10

    "Senhora Dona" Lili da Costa

    Trato-a com a devida cerimónia, apesar do seu "amigalhaço", que suponho não provir de uma Lili que, há muitos anos, era muito "amigalhaça" da malta estudantil.
    Reforço esta minha suposição na medida em que, a tal Lili, era, "apesar de tudo", uma mulher inteligente.
    Faço-lhe, no entanto, a justiça de admitir que escreveu tão apressadamente quanto o deve ter feito a ler o comentário que mereceu a esta sua "postura".
    Se assim não foi, então, nada mais resta que dar razão ao aforismo que afirma "ser a ignorância muito atrevida".
    Sabe, "senhora dona" Lili, que há argumentos que, pela sua inconsistência, se viram contra quem os produz?
    Se não sabia, talvez não fosse má ideia fazer um pequenino esforço por aprender. Tanto mais, que, como "cidadã", também tem a responsabilidade decorrente do Direito e do Dever Cívico de votar.
    Porque a "senhora" também vota,... ou não?
    Sem mais, creia que lhe desejo a maior felicidade na sua vidinha.

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    Vilar de Maçada

    11.02.10

    Pelo que se depreende que o Trancoso não teve nenhum activo nas Forças Armadas como foi pedido pela Lili.
  • Sem imagem de perfil

    Lili da Costa

    13.02.10

    O Trancoso limita-se ao trapézio do palavreado e não responde ao que lhe perguntam.
    Acrescentou palavras como "a toque de caixa", o que nos faz lembrar qualquer coisa.
    Lili da Costa
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    Vilar de Maçada

    15.02.10

    Entendido...o Trancoso é um malabarista!
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