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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

21.10.08

18 de Outubro: Conclusões a tirar


Luís Alves de Fraga

Gentileza da ANS

 

 
Também os deuses pareciam estar contra os militares portugueses no dia 18 de Outubro passado! A chuva começou a cair pouco antes das 15 horas!… Contudo, para além de ser civil — e, por isso não molhar militares —, era socrática com uns vagos laivos de socialista facto que para nós lhe retirou qualquer tipo de importância.
Os deuses foram benévolos e passava pouco das 15 horas a impertinente chuva cessou, permitindo que se formasse em boa ordem a concentração dos manifestantes.
Pessoalmente distribui uns grandes abraços a camaradas que é sempre bom rever, vi outros que há várias dezenas de anos não encontrava e conheci alguns que fizeram questão de me cumprimentar por causa do «Fio de Prumo».
Éramos muitos! Afirma-se que estaríamos cerca de 4 000 manifestantes. Eu não sei fazer esses cálculos, mas acredito que fossemos uns milhares, porque a enorme Praça do Comércio apresentava uma mancha bem significativa de gente, quando ali chegámos.
Talvez pudéssemos ser muitos mais, se acaso os jovens militares acreditassem que o seu futuro não vai ser brilhante; se acreditassem que as suas pensões de reforma vão ser fortemente penalizadas; que a assistência militar que têm, por estar no activo, vai piorar e pior ficará quando passarem à reserva e à reforma; que a progressão nas carreiras não vai ser brilhante; que a dignificação — pouca — que ainda tem a profissão castrense se degradará para níveis nunca vistos, pelo menos nos tempos modernos! Se acreditassem nestes vaticínios, muitos dos jovens militares teriam abdicado da tarde de sábado para se terem juntado aos velhos soldados e com eles mostrar o cartão vermelho ao Governo e, nessas circunstâncias, não teríamos sido 4 000, mas 8 000 ou mais.
 
Os que estiveram presentes fizeram sentir ao Governo a sua repulsa por uma política de falsidade, ignominiosa e indigna para quem a pratica. Mostraram à Nação que o Governo não sabe e não quer dignificar as Forças Armadas que servem Portugal; que o Governo pensa como o mais bronco dos ignorantes que acha inúteis os euros gastos com a defesa nacional e com os homens e mulheres que estão prontos a tudo sacrificarem em nome de valores egrégios, permanentes e intemporais; que o Governo não soube arcar com a herança não descartável de se terem dimensionado umas Forças Armadas para sustentar uma guerra de treze anos — ao menos nisso o Governo fascista do Estado Novo foi coerente, porque soube distinguir e dignificar, de várias maneiras, os militares que serviam uma certa concepção política nacionalista e colonialista!
Foi necessária a passagem de mais de 30 anos sobre a data gloriosa em que nós, os militares, demos a Portugal uma Democracia para nos vermos enxovalhados e tratados como cidadãos sobrantes, incómodos e descartáveis.
 
O Governo vai fazer de conta que não deu pela nossa manifestação tal como o fez com a dos professores, mas será bom que os Chefes dos Estados-Maiores olhem para a manifestação de sábado com a consciência de que os estávamos a ajudar na reivindicação que eles — porque não querem ou não podem — deviam conduzir junto do ministro da Defesa Nacional e, se necessário, junto do Presidente da República que, afinal, para todos os efeitos, ainda continua a ser o comandante supremo das Forças Armadas.
 
A tarde de 18 de Outubro de 2008 foi um momento de grande prova de unidade entre todos os militares que pugnam pela defesa dos valores que dignificam de maneira ímpar a nossa vida, mas foi, também, uma mancha negra na actividade do Governo, marcando perante os Portugueses, a Europa e o Mundo que os nossos políticos são indignos de todos os sacrifícios que nos possam vir a exigir. Só continuaremos a verter o nosso suor e sangue em nome de um bem que honramos e glorificamos: a Pátria.

 

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