Terrorismo
Mais um acto classificado de terrorismo (será que já foi reivindicado e, se foi, será verdade?) praticado, agora, em Londres.
Vamos admitir que se trata de um terrorista e não de um tresloucado, que pode ser ou não islâmico. Vamos admitir que está actuar às ordens de um comando terrorista.
Se tudo isto se verificar, se todos os atentados atribuídos ao Estado Islâmico tiverem tido a sua origem, de facto, no estado-maior desses radicais, então, a Europa e o mundo ocidental estão tramados!
Estão tramados por causa de um só motivo: a guerra assimétrica desenvolvida sob a forma de guerrilha com prática de terrorismo nunca foi ganha pelas forças regulares... só, ao que eu saiba e salvo erro qualquer omissão, que me não ocorre de momento, na longínqua antiguidade, os "regulares" ganharam aos "guerrilheiros" (temos o exemplo de Viriato e os Romanos em que estes venceram).
É a assimetria do tipo de "guerra" que é feita pela guerrilha que lhe dá toda a vantagem a qual é tanto maior quanto maior for o patamar a que conseguir subir. Ora, quando se entra no terrorismo - urbano ou rural - já se está a usar um patamar onde a "arma" a utilizar tem de ser outra que não a de fogo! Mas também a de fogo!
Tem de se procurar "negociar", sendo que a forma de o fazer terá de se adequar aos objectivos do inimigo. E a "negociação" passa por aquilo que Mao Tsé-Tung chamou "tirar a água ao peixe"!
Isso, no caso presente, é extremamente difícil, porque o terrorista actua dentro de uma "água" da qual não carece para sobreviver. O radical islâmico pode estar "adormecido" no seio da sociedade sem se deixar identificar. A única via segura para lhe tirar a pouca "água" de que carece é a da denúncia feita por parte daqueles com quem convive e que desconfiam do seu radicalismo.
Parece, segundo as notícias que nos chegam, que o autor dos actos de ontem em Londres "já estava referenciado", na polícia, pela sua violência. E o que se fez? Aguardou-se que se manifestasse como aquilo que era: um terrorista (se é que o é).
Sem extremismos xenófobos nem radicalismos religiosos ou culturais, a pergunta que cabe fazer é:
- Será esta a forma mais correcta de lidar com situações assim?
A nossa civilização está a atravessar um momento muito confuso e a receber o retorno daquilo que semeou há quase cem anos: por um lado, a exploração do custo do petróleo e dos povos islâmicos que o tinham, com a criação de desigualdades sócio-económicas abismais e, por outro, a construção de uma modernidade tecnológica assente no petróleo e seus derivados (vivemos rodeados de petróleo, porque quase todos os materiais sintéticos tem como origem essa matéria-prima). Semeámos ventos e estamos a colher tempestades.
A solução não vai ser fácil e prevejo-a apontada para uma mudança de paradigma social, religioso, económico, técnico e financeiro que tornará este "mundo" irreconhecível para aqueles que habitarem a Terra daqui a cem anos.