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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

21.03.17

O BCE e as reformas estruturais


Luís Alves de Fraga

 

Chega-nos a notícia das críticas do Banco Central Europeu (BCE) sobre as nossas "falta de reformas estruturais".

Entre as que deviam ser feitas e não foram, lá estão a elevada quantidade de funcionários públicos e as pensões a aposentados.

 

Para além do quanto tudo isto me irrita, pelo peso da ingerência na nossa política interna, há aqui uma incapacidade de percepção por parte do BCE, que se rege simplesmente por números, equações, gráficos e rácios em vez de olhar para realidades históricas.

 

Estou farto de dizer o que toda a gente sabe: em Portugal, durante mais de cem anos, o grande e "melhor" empregador foi o Estado! Toda a gente queria ser funcionário do Estado, porque este podia pagar pouco, mas pagava, e porque, razão mais pesada, não havia emprego para absorver a mão-de-obra que fugia do trabalho agrícola (sobrelotado e incapaz de garantir o sustento mínimo). Era o jovem soldado que, depois do serviço militar obrigatório, concorria à polícia de segurança pública, que se deixava ficar pela Armada ou conseguia o lugar de contínuo em qualquer repartição do Estado, mas era também o jovem licenciado em Direito que almejava entrada nas Finanças ou na carreira diplomática ou no ensino; o médico que concorria à carreira hospitalar e assim por diante.

 

Este país é assimétrico no que respeita à dependência do Estado, porque é assimétrico do ponto de vista das riquezas naturais! Portugal é pobre! É pobre e não tem saída numa Europa que, durante cinco séculos de História, se foi desenvolvendo de acordo com as suas capacidades económicas.

 

Portugal tinha uma capacidade, mais ou menos rentável e que dava emprego a um largo sector da população, de maneira directa ou indirecta: o mar, as pescas e o comércio marítimo, mas alguém, com a ânsia de "entrar" na Europa, rebentou com essa capacidade! Rebentou, porque não soube negociar, porque não soube olhar para a História, porque vivia de complexos coloniais!

 

Agora temos a Europa a "rejeitar" este "corpo estranho" e mais as suas idiossincrasias. A responsabilidade não é de quem vive de uma pensão ou de quem trabalha para o Estado! A responsabilidade é de todos os que teimaram e teimam em olhar para a Europa com ar subserviente e obediente e não sabem impor vontades e realidades.