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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

10.06.16

Finalmente recuperadas


Luís Alves de Fraga

 

Finalmente a praça mais emblemática de Lisboa e de Portugal — o Terreiro do Paço — voltou a ver as Forças Armadas desfilar no dia 10 de Junho!

Esta é a praça que lhes pertence, por direito, desde a manhã de 25 de Abril de 1974 e da qual foram sendo afastadas por vergonha, “civilismo” a mais e ostracismo devido a razões obscuras.

Não sei de quem foi a ideia do desfile militar no Terreiro do Paço, mas, seja de quem for, em boa hora foi pensada. No tempo do fascismo e durante a guerra em África era nesta praça que se comemorava o Dia de Portugal e sempre com um desfile militar. Ali se honravam, com condecorações, aqueles que por feitos valorosos se distinguiam na campanha africana. E, a este respeito, tem de se saber fazer a separação entre o que a política mandava — conduzir uma guerra que não tinha motivo — e o cumprimento que as Forças Armadas davam a essa ordem, oferecendo o sacrifício da vida, se tal fosse necessário. São coisas distintas! Não se podem misturar as razões do mandante com as do executante, quando, quem executa o faz na convicção de que cumpre desígnios da Pátria e defende valores de todos. E as Forças Armadas são o símbolo mais evidente da vontade nacional, até perceberem que estão a ser usadas de forma abusiva, ilegítima e condenável aos olhos da Nação e da História; até perceberem que estão a ser politicamente instrumentalizadas, porque, as Forças Armadas, como última razão da vontade do Estado, não têm partido ou cor política.

 

A profissionalização das Forças Armadas retirou-lhes, em grande parte, a vinculação directa ao Povo. Continuam a ser um eflúvio da Nação, mas são-no reduzidas em número e em origem.

As tropas e o material militar que desfilaram no Terreiro do Paço — há muito chamado Praça do Comércio — mostraram-se a quem lá esteve e a quem os viu através da televisão. Mas mostraram-se perante entidades oficiais, nomeadamente o Presidente da República na sua condição de Comandante Supremo das Forças Armadas e este, sem receios, deixou que se integrassem no desfile delegações de antigos combatentes — os nossos veteranos — à paisana, mas exibindo as suas boinas militares. Foi a possibilidade de trazer o passado ao presente para honrar e não esquecer sacrifícios e História. Depois, o Presidente da República antes de se retirar, e procurando dar um cunho mais simbólico ainda, despediu-se, quase um por um, desses veteranos e, para rematar, deu um abraço ao Presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas.

São gestos assim que calam fundo no coração de quem viveu para servir Portugal, mesmo com sacrifício das mais elementares comodidades e, sempre, por pouco dinheiro, porque, o “contrato” de serviço militar, nunca foi rendoso independentemente da graduação e do serviço desempenhados, pois os militares só têm restrições e jamais outras vantagens do que o orgulho de bem servir.

 

Finalmente, tive a possibilidade de ver recuperadas para o Dia de Portugal as Forças Armadas, mostrando-se, na praça do Terreiro do Paço ou do Comércio, em desfile condigno para orgulho de todos nós, os que ainda vibram com os valores da Pátria, e admiração dos estrangeiros, que nos visitam por causa do sol, da comida e da vida barata.