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Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

Fio de Prumo

Aqui fala-se de militares, de Pátria, de Serviço Nacional, de abnegação e sacrifício. Fala-se, também, de política, porque o Homem é um ser político por ser social e superior. Fala-se de dignidade, de correcção, de Força, de Beleza e Sabedoria

17.08.09

Capitalistas, precisa-se


Luís Alves de Fraga

 

 
Bom, Portugal vive, em simultâneo, duas crises económicas e financeiras: a internacional e a nacional.
Esta afirmação está mais do que esgotada… Toda a gente sabe isto! O problema coloca-se quando se procuram soluções para a crise nacional, porque da internacional não somos nós quem trata. E a crise nacional também não é uma consequência da internacional! Desiluda-se quem assim pensar, porque está a simplificar o que é de difícil solução.
 
Não vai ser o Estado a resolver a crise nacional! Pode ajudar, mas não resolve.
A crise nacional resolve-se com investimento financeiro… Mas não só!
Vão ser precisos capitalistas para investir em Portugal. Não podem ser os Portugueses — financeiramente exauridos — a investir, através do Estado, numa máquina de gerar empregos… Empregos de incompetentes e “afilhados” dos políticos no “poleiro”.
Mas o capital a investir não pode ser estrangeiro ou que espere ser pago no estrangeiro. O capital tem de ser português para que os lucros fiquem em Portugal, alimentando a máquina fiscal portuguesa.
Não se choquem os mais ortodoxos! Até Lenine, em plena revolução soviética, preconizou o desenvolvimento capitalista na Rússia! É bom não esquecer!
 
A ausência de uma estrutura económica forte aquando da adesão à CEE desmantelou, por completo, as defesas da fraca economia nacional herdada do Estado Novo. Quer dizer, no momento, estamos quase completamente dependentes da economia da UE. Assim, a fragilidade é total.
Para vencer esta anormal distorção teremos de, embora dentro da UE, reconstruir um capitalismo proteccionista capaz de importar pouco, exportar muito e produzir para consumo interno. Assim, olhando simplificadamente para Portugal, voltámos a 1925 ou 1926, isto é, estamos em condições de aceitar como boa solução uma ditadura financeira que, endireitando as finanças do Estado — à custa de todos os atropelos que possamos imaginar — acabe com os compadrios, com a corrupção, com os gastos desnecessários, imponha a produção precisa, limite as importações e obrigue à exportação, através da prática de uma política salarial de fome, de leis laborais que constranjam à produtividade, de regras que extingam a burocracia e de uma Justiça célere, pelo menos, no que toca à actividade económica.
 
Pode parecer escandaloso o que acabo de dizer, mas é o programa simples da boa “dona de casa” que tem um magro salário para enfrentar a sobrevivência de uma família numerosa, ociosa, gastadora e contestatária.
 
Foi a esta situação que nos conduziram os dez anos de cavaquismo e os que se seguiram de socialismo irresponsável. A boceta europeia que despejou milhões sem impor regras — julgando que tratava com gente habituada à planificação e ao projecto — cavou-nos a sepultura.
 
Não julguem os Portugueses que quando Medina Carreira fala dos anos que antecederam e justificaram a Ditadura não está a pensar num programa rigorosíssimo de medidas que invertam o rumo comportamental dos Portugueses. Não julguem isso! Quando ele chama a atenção para o encargo da dívida pública daqui a dez anos está a dizer — sem o dizer — que Portugal caminha a passos largos para uma bancarrota.
 
Pessoalmente não me sentiria bem com a minha consciência se não escrevesse o que escrevi. Não me julguem os leitores um “Velho do Restelo”, nem um reaccionário, nem um neo-fascista, porque o não sou, daí o meu apelo à necessidade de haver capitalistas que, depois da crise internacional resolvida, invistam em Portugal. Precisamos de investimento financeiro para gerar riqueza passível de ser distribuída pelo Povo.